INCÊNDIO NO PT. Partido sem rumo. Decisão sobre candidato será adiada para abril

Uma reunião do Grupo de Trabalho Eleitoral do PT de Santa Maria acontece nesta quarta-feira. Do GTE participam um representante de cada corrente interna com militância na cidade, mais o presidente Valdir Oliveira. Oito pessoas, no total. A ideia é obter a unanimidade. Mas está difícil. Então, por maioria, deverá ser decidido o adiamento do encontro municipal originalmente marcado para este sábado, 24 de março. A reunião, acordada ainda em dezembro passado, serviria para ungir um candidato do partido à Prefeitura. Vai ficar para abril. A data mais provável é 13, um sábado também e sinalizando com o número do partido. Mas não é impossível que ocorra ainda mais adiante.

Mas, por que tudo está acontecendo? Simples: depois de 13 plenárias regionais, em toda a cidade, não obstante a participação, considerada bastante satisfatória na maioria delas, o PT está beeem longe de um consenso acerca de quem deverá empunhar a bandeira do partido no pleito de 7 de outubro.

Essa divisão decorre, claro, das divergências entre as correntes, especialmente das maiores: Unidade na Luta Democrática (Valdeci Oliveira), PT Amplo e Democrático (Paulo Pimenta) e PT de Lutas e de Massas (Fabiano Pereira). E que respinga em toda a militância.

O fato é que a ULD não aceita Helen Cabral, do Amplo, na cabeça. E quer Fabiano como candidato, com a vereadora de vice. De outra parte, a PTLM, do secretário de Justiça, não quer vê-lo na disputa, temerosa da perda de espaço estadual e desconfiada que não terá apoio de todos para concorrer. Por fim, o Amplo aceitaria Fabiano e Helen – mas gostaria de ver um nome da corrente, em nível estadual, no lugar do atual secretário.

Convenhamos, uma confusão e tanto. Um incêndio de tão graves proporções que, e essa talvez seja a única unanimidade, se tornou a maior crise institucional nos 30 anos de história, do principal partido de oposição em Santa Maria. As reuniões privadas são intensas – e extensas. Ocorrem em Porto Alegre, na boca do monte, em Brasília e em qualquer lugar onde se encontrem militantes de alto coturno de quaisquer das correntes – sejam elas as maiores ou as nem tanto.

Mais: há nítida preocupação com a possibilidade de, com Jorge Pozzobom (PSDB) concorrendo, o partido chegar em terceiro lugar. O que seria, todos concordam, um desastre. Mas, como que é pior sempre pode piorar, ainda surgiu, nos últimos dias, a informação (ou especulação, o editor não conseguiu apurar conclusivamente) de que Werner Rempel, do recém-nascido PPL, poderia também concorrer a prefeito. Com ou sem o PT.

E daí? Daí que não param de conversar. E já se descobriu que é virtualmente impossível fechar a história até este sábado. Com o que, a transferência da decisão, com todos os riscos que isso implica, no público interno especialmente, se torna praticamente inevitável. E é isso que deve se referendar (por maioria, repita-se, não necessariamente por unanimidadde) nesta quarta-feira.

Com o que, continuarão as discussões, definindo possibilidades de acerto. Sobre isso, especificamente, em poucos minutos postarei nota. Aguarde!

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