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Lixo seletivo: Santa Maria (ainda) é um mau exemplo! – por Carlos Costabeber

No Jornal Nacional de 6ª feira, dia 16, saiu uma informação bombástica: APENAS 1,7% DO LIXO DA CIDADE DE SÃO PAULO É RECICLADA.

Instantaneamente pensei em Santa Maria, onde apesar das melhores intenções, ainda não funciona um processo mínimo de coleta se lixo seletiva.

Vejam o meu exemplo: como separo pacientemente o lixo que pode ser reciclado, ainda não encontrei uma solução para o meu problema: o que fazer com ele? Por enquanto, coloco o saco no porta-malas do carro, e quando encontro algum “catador”, faço a entrega, feliz da vida.

Enquanto isso, continuam esses mesmos catadores, abrindo as lixeiras da cidade, rasgando as embalagens para retirar o que possa ser vendável, aumentando cada vez mais a sujeira pelas calçadas.

E nós ficamos assistindo, de braços cruzados, esse trabalho desumano, degradante !

Por isso, vejam o que acontece bem aqui pertinho, em Caxias do Sul, e na cidade de Londrina, no Paraná.

CAXIAS DO SUL:  Lá, ao lado de cada container verde (iguais aos de Santa Maria), existe um  menor e amarelo, onde são colocados os resíduos passíveis de serem reciclados . A prefeitura faz campanha incentivando, não permitindo a circulação de carroças nas ruas onde existem os containeres. Esses resíduos são então levados para diversas associações, para que façam a reciclagem e posterior venda do material. O sistema funciona muito bem e acaba gerando uma quantidade enorme de empregos diretos,  de forma mais organizada, em galpões com  melhores condições de trabalho.

LONDRINA:  Lá. a Prefeitura distribui gratuitamente para a população, sacos de lixo na cor verde. Cada morador  separa o seu lixo (também é feita muita campanha). Quando o morador coloca o lixo para fora da casa para o recolhimento, ele leva dois tipos de sacos de lixo, o preto com o lixo orgânico e o outro verde que contém o resíduo reciclável. Quando passa o caminhão da coleta normal, ele só recolhe  os sacos pretos, deixando os verdes para o caminhão da coleta seletiva, que recolhe e leva também para associações montadas e organizadas. Vi isto funcionando há muito tempo, e achei genial a iniciativa de Londrina.

Agora, em Santa Maria:

É preciso que o cidadão ligue para um numero,  se cadastre,  para que o caminhão vá  até a sua casa recolher os resíduos recicláveis. No caso de um amigo que mora na Presidente Vargas, o gari sobe até o apartamento, toca a campainha e apanha o lixo. Segundo me contou esse amigo, o gari quase nunca aparece, e quando ele reclama, alegam que não tinha ninguém em casa.

Com isso, os poucos santa-marienses que tentam utilizar esse processo acabam desistindo. Não funciona, porque não está automatizado junto à população, como nos dois exemplos acima, onde cada cidadão faz a sua parte, ou seja, separa e  depois ele mesmo leva até a rua ou coloca  no container.

Acredito que para implantar um bom sistema de coleta seletiva, a Prefeitura teria que tomar uma decisão mais corajosa, pois envolveria o uso de recursos públicos. Mas, pelo menos, implantar containeres específicos para a coleta seletiva, ao lado dos atuais – para copiar o que já é feito em Caxias do Sul. Por enquanto, copiamos apenas uma parte do projeto implantado naquela cidade.

Mas confesso que estou pessimista! Não sei por quanto tempo ainda conviveremos com catadores e carroças circulando (e sujando) a cidade, quando essas pessoas deveriam estar trabalhando de forma organizada (e humanizada) em galpões especiais.

Cheguei a acreditar que estávamos no caminho certo; que teríamos uma forte cooperativa de catadores, dando suporte a um eficiente sistema de coleta seletiva. E não teríamos de ver o sofrimento desses catadores e de seus cavalos famintos e sedentos, circulando pelas ruas de Santa Maria.

Uma bela plataforma de campanha, para a tentativa de reeleição do Prefeito Cezar Schirmer.

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4 Comentários

  1. fizeram com o container o mesmo que fizeram com o bancário, colocaram máquinas para atender o povo e o emprego sumiu; em minha ag havia uns 130 funcionários; a cada máquina nova que chegava, a gente ficava a se olhar, se perguntando, quem vai ser o próximo demitido; teve um dia que demitiram 10.

  2. Que bom ler as tuas palavras, amigo Rejane. A secretaria do Meio Ambiente já me convidou para conhecer os planos para a coleta seletiva. Mas, por enquanto, continuo pessimista, concordando com a tua opinião. Obrigado! Um abraço!@Rejane Flores da Costa

  3. -Parabens Prof Carlinhos Costa Beber. Mas és uma voz no deserto. O sistema de container é caro e Ruim e não contribue em nada com a reciclagem. É como o antigo espanador de penas de Avestruz; Apenas muda a sujeira de lugar. Sem um programa de educação da população nenhum sistema vai ter sucesso.

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