Será que vai? Votação da reforma política inicia com item mais polêmico, as listas fechadas
Como noticiei aqui, no início da tarde de ontem, começa hoje a votação da reforma política, na Câmara dos Deputados. Na manhã desta terça-feira, reunião dos líderes partidários definiu as prioridades para votação, e também o nome dos relatores dos projetos que compõem as propostas em debate.
Curiosamente, as lideranças foram buscar nos opostos os nomes para relatar a reforma. De um lado, o petista gaúcho Pepe Vargas; de outro, o demista Ronaldo Caiado – que, por sinal, já foi o relator de uma proposta apresentada há pelo menos cinco anos, período em que as medidas sugeridas dormitaram numa gaveta inexpugnável no parlamento.
Um quinteto de temas foi definido. Exatamente os que, supõe-se, poderão dar uma nova roupagem à forma como se faz política eleitoral no País. Desde já, antecipo minha opinião: sou favorável a todos eles, exceto o fim da reeleição (um verdadeiro casuísmo, caro meu bestunto).
A idéia de ontem, inclusive robustecida pela disposição do presidente da Câmara, o deputado paulista do PT, Arlindo Chinaglia, é votar a cada dia um item, de forma a que já no final da semana que vem a reforma política seja remetida ao Senado. Lá, se não for integralmente referendada, volta à Câmara – de onde sai a decisão definitiva, em tempo de vigorar já no pleito de 2008.
OS TEMAS – O primeiro tópico, e que tem tudo para provocar muita celeuma, é a adoção das listas pré-ordenadas dos candidatos aos pleitos proporcionais. Há divisão em todas as bancadas. Mas não é improvável a aprovação, na medida em que a tese é, diz-se, majoritária entre as maiores siglas: PT, PMDB, DEM e PSDB. Mas não será sem choro, com certeza.
Depois, sempre com a promessa de resolver tudo num único dia, mesmo que em sessões noturnas (olha o povo trabalhando aí, gente!), virão os outros itens, mais ou menos nessa ordem: financiamento público de campanha, fidelidade partidária, fim das coligações para os pleitos proporcionais e fim da reeleição.
A pergunta é: será que agora vai? Tomara. Tomaaara. Mas sempre é bom duvidar. Afinal, estamos nos referindo a políticos brasileiros, que ostentam um grande espírito de sobrevivência. Ameaçada, por certo, com a reforma.
SUGESTÕES DE LEITURA – confira a notaVotação da reforma política começa amanhã, publicada por Ricardo Noblat em sua página na internet.
Leia também, clicando aqui, a reportagem Voto em lista inicia reforma política, de Lucas Ferraz, publicada no Congresso em Foco.
Para saber minha opinião sobre o fim da reeleição (e também a adoção do mandato de cinco anos para Presidente da República), releia aqui o que escrevi em 14 de abril deste ano. Não mudei de idéia, desde então.
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