Olha o “pede” aí. Com o perdão de Tarso, mas quem se “refundou” mesmo foi o PFL

Tarso Genro é o principal expoente nacional do PT que defende (embora tenha retirado a expressão do documento final que apresentou ao Diretório Nacional da sigla) a “refundação” do Partido dos Trabalhadores. No entanto, vejam só, veio  do outro lado do espectro político o que se pode considerar mais parecido com o termo tarsiano. Sim, quem se refundou foi o Partido da Frente Liberal, o PFL. Quer dizer, pelo menos trocou de nome, e virou, semana passada, no novo Partido Democrata (pra confirmar o nome, melhor esperar – já li partido “democrático” e “da democracia”).

Segundo o governador (aliás o único mantido pelo pefelê, como é carinhosamente conhecido) do Distrito Federal, José Roberto Arruda, “é a evolução natural de um partido que nasceu da dissidência de um partido conservador (se referindo ao também falecido PDS), mas depois evoluiu”.

Cá entre nós, alguma explicação deve haver. No entanto, na prática o que ocorre é que o PFL se perdeu em lideranças envelhecidas (tanto na idade quanto no ideário) e quer buscar um rumo. Que, aliás, é o mesmo – à direita da constelação partidária. E é legítimo que assim seja. Afinal, partido tem que ter posição. E o PFL tem, hoje. Ou pretende ter amanhã.

A propósito dessa “refundação” pefelista, imagino que seja interessante leitura de reportagem que o Jornal da Tarde, de São Paulo, publicou, e que a Agência Estado, braço de internet do JT e também d’O Estado de São Paulo, mandou para o mundo. Confira:

“PFL troca de nome já mirando eleição de 2008

Objetivo do agora Partido Democrata é atrair insatisfeitos de outras legendas e trocar lideranças para que novos aliados disputem votos nos municípios no ano que vem

Por trás dos argumentos republicanos que animaram o PFL a promover a própria “refundação” – com direito a troca de nome, estatuto, programa e imagem – estão razões bem mais práticas. O novo Partido Democrata pretende passar o chapéu das filiações partidárias para atrair insatisfeitos de outras legendas e trocar direções estaduais e municipais que não agradem às cúpulas. Tudo deve estar pronto até setembro, a tempo de garantir que os novos filiados estejam aptos a concorrerem nas eleições municipais de 2008.

A idéia agora é surfar na onda das eleições dos Estados Unidos, no ano que vem, quando a citação continuada na imprensa do Partido Democrata de lá – mais simpático aos brasileiros do que seu rival, o Partido Republicano – ajudará a popularizar a nova sigla aqui e criar empatia com ela. Pesquisas do cientista político Antônio Lavareda mostraram que o significado da sigla PFL é conhecido por apenas 23% do eleitorado, enquanto 61% sabem explicar o que significa PT.

A mudança de imagem pretende eliminar o último vínculo do partido com a ditadura, ainda lembrado por muitos eleitores brasileiros, como mostraram as pesquisas. Muitas pessoas ainda lembram que…”

SE DESEJAR ler a íntegra da reportagem, pode fazê-lo clicando  aqui.