Canonização?! Aécio Neves resolveu não confrontar o óbvio: a popularidade crescente de Lula
Quem tem razão? Arthur Virgílio, que diz querer (ainda diz?) ser Presidente da República e não pára de gritar no Senado, sendo o reprodutor das idéias de Fernando Henrique Cardoso? José Serra, que embora não confronte tanto, está seguindo, na prática, as orientações de FH, como forma de tê-lo como aliado na disputa interna tucana? Ou Aécio Neves, que vive um clima de paz e amor com o presidente Lula, entendendo que este, como é muito popular, melhor mesmo é não partir para uma agressão política?
Kennedy Alencar, na coluna Pensata, que assina na Folha Online, versão de internet da Folha de São Paulo, reflete exatamente sobre esse prático dilema do PSDB. Vale a pena ler. Não precisa, obviamente, concordar, mas a argumentação dele é interessante. Confira:
Padim Lula
Em conversas reservadas, o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), explica por que seria um candidato “pós-Lula”, caso viabilize a sua candidatura à Presidência em 2010. Para o tucano, se a economia mantiver um ritmo de crescimento anual na casa dos 5%, Luiz Inácio Lula da Silva vai terminar o mandato superpopular. “Vai virar Padim Lula”, disse Aécio.
Ou seja, será inútil para um candidato da oposição atacar ferozmente Lula na campanha eleitoral de 2010. O crescimento da economia e a ampliação inédita na nossa história recente de programas sociais para os mais pobres tendem a “canonizar” Lula em vida. Se o Nordeste já tem o Padim Ciço, o Brasil poderá ganhar o Padim Lula.
Exagero?
Não.
O próprio Lula aposta no fortalecimento da sua liderança nos próximos três anos. Vai patrulhar o Banco Central para tentar evitar que uma política monetária rigorosa em excesso esfrie demais a economia. Na área social, a ordem continua a mesma: ampliar e melhorar os programas para os mais pobres. E tem ainda o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
Até agora não dá para dizer que o PAC decolou. Mas Lula acredita piamente que o programa decolará nos dois últimos anos de seu mandato.
Sua intenção é manter nos próximos anos o intenso roteiro de viagens que anda fazendo agora por conta do PAC. A fase atual é a do anúncio, do pontapé na bola. A próxima etapa será a de colher os frutos do que plantou, como diz o presidente.
Lula espera deixar o poder com força política maior do que já tem hoje. Essa avaliação do presidente ajuda a entender por que ele não embarca na tese do terceiro mandato seguido. Travaria uma batalha de preço altíssimo que o enfraqueceria politicamente. O petista sonha alto. Sonha com o cenário de um ex-presidente visto como o líder político mais forte do país _mais forte até mesmo do que o seu sucessor. Padim Lula é o nome do jogo. Aécio já entendeu faz tempo…
SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui a íntegra da coluna Pensata, do jornalista Kennedy Alencar, da Folha de São Paulo.
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