NÃO CUSTA LEMBRAR. Uma cidade de intocáveis
Confira a seguir trecho da nota publicada na tarde de 18 de fevereiro de 2013, segunda:
“JORNALISMO. Santa Maria, cidade de intocáveis (final). E a chantagem emocional. É isso. E a quitanda…
… Se você começou pelo fim – há quem prefira, e precisa ser respeitado – tudo bem. Mas sugiro, antes de prosseguir, que confira os três textos anteriores, pela ordem de publicação. Só assim entenderá, penso, mais facilmente o que se lerá a seguir.
Esses textos são escritos quase como uma autoproteção. Obviamente, dada a carga emocional dos últimos dias, em que o exercício livre do jornalismo (pelo menos neste sítio) foi prejudicado, o editor tomou algumas atitudes. Que garantam, pelo menos, o sossego de sua família.
Mas, questões de natureza pessoal a parte, esses textos são, antes de tudo, uma lisonja aos poucos santa-marienses que fazem efetivo jornalismo. Sim, o editor não é o único. Talvez seja apenas o mais conhecido.
Então, que se faça justa homenagem a um profissional que preza o juramento feito, e que tem o jornalismo no DNA. No caso, o jovem e talentoso Maiquel Rosauro. Ele é fonte de vários dos furos já dados pelo sítio. Até o início deste mês, o principal fora o anúncio (negado e com direito a nota – paga – furibunda nos jornais diários da cidade), com dois anos de antecedência, da decisão das irmãs franciscanas de implantar o curso de Medicina…”
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PASSADO EXATAMENTE UM ANO, da publicação da nota (que foi antecedida, naquele dia, de outras três), lamentavelmente não dá para crer que mudou. Sim, há pessoas e instituições intocáveis em Santa Maria, e tratar delas impõe riscos inaceitáveis a quem busca praticar o jornalismo com um mínimo de independência.
Claudemir, parabenizo a ti ao Maiquel e ao sítio, que tem sido um forte e combativo veículo de comunicação.
Por vezes os leitores de teu sítio, que são centenas, preferem ficar no muro. Entendo, mas não pactuo com esse modo de pensar.
Acho que muitos não querem revelar o que pensam. E outros criam nomes fakes para se esconderem na covardia de não assumir opinião. E aí estão ao encontro de outra característica da cidade. O grande erro que Santa Maria repete em sua história. Cidadãos com medo – sei lá do quê – e uma comunicação que não se mostra, principalmente em algumas rádios AM.
Estas, muitas vezes, por omitirem opinião erram em seu princípio fundamental de comunicar. Se soubessem que refletir sobre o todo faria tão bem à cidade. E não estariam contra ninguém. Estariam somente repercutindo os fatos. Os ouvintes é que fariam sua “leitura”. Democracia sem calar a boca de ninguém.