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Passo atrás. Talvez seja aprovada a fidelidade. Mas reforma política foi para as cucuias

A eleição proporcional através de listas pré-ordenadas (ou mesmo na sua versão flexível) era a pedra de toque da reforma eleitoral em discussão na Câmara dos Deputados. Ela e o financiamento público das campanhas. A primeira já dançou. Na noite desta quarta-feira, como informei pouco antes das 11 da noite (releia a nota imediatamente anterior), faltaram votos para aprovar a mudança. Aliás, faltaram muuuitos votos. Foram apenas 181 favoráveis, contra 252 contrários, além de três abstenções.

 

Após a votação, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, transferiu para a próxima semana, a discussão e votação dos outros itens pendentes, a começar pelo financiamento público da campanha. E também incluindo a questão da fidelidade partidária e a o fim das coligações nos pleitos proporcionais.

 

A verdade, porém, é que há poucas chances de mudança efetiva. E o Congresso, através da Câmara dos Deputados, acaba por dar razão àqueles (entre eles este – nem sempre – humilde repórter) que pensam que no fundo (e no raso também) ninguém quer mudar coisa nenhuma. Por uma singela razão: eles se elegeram deste modo. Por que mudar?

 

É verdade que, em alguns momentos, pensei ter sido possível. E até escrevi isso aqui. Me enganei. Feio. Muito feio. Ruim pra mim? Não, para a sociedade – ainda que esta, num primeiro momento, possa estar comemorando a possiblidade de continuar votando apenas no nome, e não no partido. Pena: são as agremiações políticas, com todos os seus defeitos, os entes que podem solidificar a democracia.

 

E agora? Agora, pessoalmente, entendo que só a fidelidade partidária tem alguma chance de passar. Menos pela vontade dos congressistas, mais pela pressão do Judiciário – que está, no Supremo Tribunal Federal, em vias de julgar processo sobre quem é detentor do mandato, se o candidato ou o partido.

 

Resta esperar. E torcer. E mudar, ano que vem, no voto. Mas aí, cá entre nós, talvez já seja sonhar demais.

 

SUGESTÕES DE LEITURA – Confira a notícia “Reforma política: Plenário rejeita a lista preordenada”, publicada pela Agência de Notícias da Câmara dos Deputados. No mesmo link, você encontra outras informações sobre o andamento da reforma política.

Leia também a nota “Plenário rejeita preferência para sistema híbrido”.

Para ter uma visão mais ampla do que aconteceu nesta quarta-feira, em Brasília, convém ler a reportagem“Na reforma política, deputados rejeitam voto em lista”, assinada por Denise Madueño e Luciana Nunes Leal, da Agência Estado.

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