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MÍDIA. A ‘reportagem’ da ex-revista Veja, na visão do jornalista que não vota em Lula

É profundamente lamentável que essa mesma revista esteja agora, num paroxismo editorial difícil de explicar e mais difícil ainda de entender, renunciando a todas essas conquistas para se entregar a uma voragem de apoplexia palavrosa, se a tipologia cabe nessa forma surpreendente de patologia. Lula pode sobreviver a esse tipo de vírus. O jornalismo, não.

Querendo ser a coveira de um líder político esquivo e ambíguo, “Veja” está, na verdade, cometendo um haraquiri patético, capaz de arrastar consigo muito mais gente do que a que sucumbiu sob outro desses líderes em transe: Jim Jones.”

Quem escreveu isso? Não, não é um “esquerdista” qualquer. Trata-se do jornalista Lucio Flávio Pinto, que vive em Belém, titular do blog “Cartas da Amazônia” e que participou da equipe da Veja quando ela ainda era uma revista. Ah, e ele próprio diz que só votou em Lula uma vez, em 1989, e está longe de morrer de amores pelo ex-Presidente. Tem autoridade, portanto – além da imensa experiência profissional. Você não precisa concordar, claro, mas vale a pena ler o que ele escreve. Ah, a sugestão desta nota foi feita pelo colega jornalista Fritz R.Nunes. Acompanhe:

 “O suicídio pela palavra

“Veja”, uma das cinco revistas semanais de informações mais importantes do mundo, levou 2.272 edições, em 44 anos de circulação, para cometer o maior “nariz de cera” da sua história, do jornalismo brasileiro em muitos anos e talvez da imprensa mundial. Sua matéria de capa do último número, do dia 6, abre com 98 linhas da mais medíocre “encheção de linguiça”, como se diz “no popular”.

Se tivessem mesmo que sair, esses quatro enormes parágrafos, numa matéria de apenas oito períodos, tirando boxes e penduricalhos outros para descansar a vista (e relaxar a cabeça), caberiam na Carta ao Leitor, espaço reservado à opinião do dono. Mas lá já estava o devido editorial da “casa”, repleto de adjetivações e subjetividades, conforme o estilo.

A tarefa do repórter Daniel Pereira não era competir em fúria acusatória com a voz do dono, mas dar-lhe — se fosse o caso — suporte informativo. Sua matéria devia conter fatos, que constituem a arma de combate do repórter, infalível diante de qualquer assunto sob sua investigação.

Ao invés disso, metade da sua falsa reportagem, com presunção de trazer novidades e gravidades suficientes para merecer a capa da edição, é um rosário de imprecações opiniáticas, no mais grosseiro e primário estilo, num desabamento de qualidade em relação à Carta ao Leitor.

Em tom professoral digno de um sábio de almanaque Capivarol, o editor da sucursal de Brasília, distinto e ilustre desconhecido (ainda, claro), faz gracejo insosso com o fracasso da estratégia de Lula de usar a “CPI do Cachoeira” como manobra diversionista para tirar o foco do julgamento dos integrantes da…”

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3 Comentários

  1. Quando a Veja denunciou a corrupção da turma de Collor (aquele que hoje é um dos melhores amigos de Lulla), ela era chamada de revista;
    Quando a Veja denuncia corrupção mil vezes maior da turma PTista de José Dirceu (aquele que no processo do Mensalão é indicado pelo Procurador Geral da República como “chefe da quadrilha”), ela se torna “ex-revista”.

    Me parece sempre que alguns querem fazer crer que ao longo dos anos o PT segue a virgem imaculada que fazia crer antes de chegar a poder (qualquer poder, pois sempre existe denúncia de “rolo” nos lugares que o PT governa…) e a revista Veja se transformou em um “agente do mal”.

    Se a Veja é “ex-revista” pelas posições que eventualmente tenha passado a tomar ao longo dos anos, é justo (e digno…) avaliar que aquele PT ético de antigamente não existe mais (e cada vez mais fica evidente que ele nunca existiu), portanto, merece também ser chamado de “ex-Partido”.

    Quem crucifica os irmãos Civitta e se cala diante de todas as falcatruas do PT – deixando de abordar temas que possam incomodar os sacerdotes da seita – faz proselitismo político da mais baixa qualidade em favor de interesses rasteiros e duvidosos.

  2. A Veja é uma revista criminosa e sempre será. Ela toma posição junto ao crime organizado, isto sim.
    Tomar posição é uma coisa, delinquir é outra.

  3. Ué. Ninguém comentando aqui??? Interessante isso. Quer dizer que o PT e seu líder máximo interferem significativamente no judiciário que ninguém nota nada? Quer dizer que, se uma revista toma uma posição ela deve ser execrada, isso? Lembrem-se de como é nos EUA, onde TODOS os meios de comunicação toma posição? Isso é um estado democrático, me parece que a interferência sistemática do planalto em outras instituição trata-se de uma, como direi “democracia totalitária”. Interessante a noção de liberdade que alguns tem.

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