Cavalo de ferro – por Carlos Costabeber
“Cavalo e Ferro” é o nome do programa que começou a ser desenvolvido pelo Curso de Medicina Veterinária e Hospital Veterinário da UFSM, junto aos carroceiros da Vila Maringá.
Tudo começou com as denúncias que venho fazendo, sobre os maus tratos cometidos contra os cavalos, e que motivou o Prof. Sergio Segala, Diretor do HV, a tomar a iniciativa de tentar aprovar um programa que atendesse a esse grave problema.
A Universidade aprovou a proposta, e professores e alunos da Veterinária começaram a mapear a complexa situação desses animais de tração.
Pelo que soube, o quadro é mais triste do que se imaginava! Muitos animais desnutridos, doentes, com ferraduras desgastadas ou mal colocadas, machucados, e que passam as noites frias ao relento.
Serão necessários recursos para a compra de vermífugos, vacinas, e medicamentos de uso permanente. Sem falar no fornecimento de alimentação adequada, chipagem, substituição das ferraduras e tratamento dos ferimentos.
Uma longa e dolorosa missão está pela frente !
Felizmente, a Câmara de Vereadores aprovou, numa iniciativa do (veterinário) Vereador Manoel Badke a lei que cria a CENTRAL DE CONTROLE E BEM ESTAR ANIMAL DE SANTA MARIA.
Já sugeri que o Prefeito Cezar Schirmer faça uma solenidade à altura do significado, para a sanção dessa Lei. Precisamos repercutir ao máximo essa iniciativa.
As entidades e pessoas envolvidas na defesa dos animais aguardam a sanção da Lei, para ter o amparo legal e estrutura pública condizentes com a dimensão e gravidade desse problema.
Louvo, pois, a atitude da Câmara de Vereadores e do Hospital Veterinário, que decidiram encarar o drama vivido, principalmente pelos cães e cavalos de tração.
Lá na Maringá os cavalos já estão chipados, mas vamos precisar de voluntários que nos ajudem com recursos para melhorar a condição de vida daqueles animais, e da presença permanente dos veterinários, para ensinar os proprietários a fazerem um manejo adequado.
Muuuuuuuuuuuuuito está por ser feito, mas, felizmente, os primeiros passos estão sendo dados.
Abaixo, segue o texto, que a meu pedido, foi escrito pelo Prof. Segala!
“Cavalo de ferro
Considerando os equídeos como animais de trabalho, esporte, lazer e inclusive com sucesso na terapia de pessoas com necessidades especiais, comprovam-se a necessidade de um efetivo controle de doenças, que podem afetar não só os animais, mas toda uma cadeia produtiva que gera empregos e renda para o país.
Calcula-se que dois bilhões de pessoas utilizam cerca de 300 milhões de animais de tração em aproximadamente 30 países e esses números tendem a aumentar.
Considerando o número de pessoas de baixa renda que dependem do cavalo para sobreviver, a maioria das vezes sua principal fonte de renda familiar e em muitas regiões, ainda, o único meio de transporte, essa prática se impõe como importante questão de bem-estar animal e humano.
Os equinos usados para tração (carroças), principalmente em zonas urbanas, são conduzidos e alimentados de maneira errônea e submetidos a maus tratos. Em consequência, sua vida útil é abreviada por falta de alimentação adequada e pela idade gerando graves problemas de bem-estar.
Por falta de recursos financeiros, os animais são abandonados nas vilas e até mesmo em rodovias, causando preocupação da população e riscos de acidentes. São animais que caem no descaso de seus donos após anos de serviços prestados porque não possuem condições para tratá-los ou porque não servem mais para o trabalho. Esses animais, possivelmente foram a principal fonte de renda e sem eles o sustento familiar ficaria difícil. Mesmo assim, são esquecidos para que a natureza faça o fim de suas vidas.
O projeto de extensão envolve iniciativas integradas e possibilita aproximação dos professores e alunos da Medicina Veterinária com a comunidade que abriga esses cavalos. Os alunos terão oportunidade de aumentar as atividades práticas acompanhando os diagnósticos e estratégias de manejo profilático e terapêutico. Tem como objetivo buscar o bem-estar animal dos equinos usados para tração. O Hospital Veterinário Universitário, através dos Médicos Veterinários, Residentes e Acadêmicos, prestará auxílio aos animais proporcionando melhores condições de saúde. Os animais serão submetidos, semanalmente, a uma avaliação clínica completa com a finalidade de prevenção das enfermidades mais comuns para a idade e a região.“
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