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Continuidade e continuísmo – por Luciano Ribas

Dizem que o peixe morre pela boca, mas no caso que passo a comentar não havia peixe, somente um candidato a prefeito, e a “arma”, por assim dizer, foi um prosaico banner.

Em 2004 desenvolvi um conceito de campanha para o então prefeito Valdeci Oliveira que procurava equilibrar os sentimentos de continuidade e mudança, detectados em doses equivalentes nas pesquisas feitas naqueles dias.

Quem conhece um pouquinho de marketing político sabe que esta é uma tarefa complicada, pois basicamente há dois caminhos para um candidato em campanha: ou ele deseja continuar algo ou quer mudar a situação. Pelo menos é isso o que dizem os principais estrategistas de comunicação política.

Por uma série de fatores que, sem medo de errar, posso afirmar que foram aproveitados ou potencializados pelo acerto do slogan, o prefeito Valdeci Oliveira foi reeleito e realizou um segundo mandato que modificou para sempre o futuro da cidade. Tanto que as principais realizações dos atuais ocupantes do “paço” são continuidade de obras e projetos deixados por ele ou são conseqüência de corretas ações institucionais e financiamentos articulados nos oito anos do PT. Podemos somar a esta realidade, ainda, a atuação do deputado Paulo Pimenta em Brasília e a política de crescimento dos governos Lula e Dilma, que não discriminou adversários (inclusive os que tucanaram veladamente em 2010).

Se isso era “apenas um discurso petista”, o ingrato desvelamento de verdades propiciado pelo Facebook (que somente possui equivalência na ilimitada ampliação de mentiras por ele possibilitada) encarregou-se de provar o contrário.

Fotos postadas no sábado à noite na rede social mostravam no fundo de palco da convenção peemedebista as fotos do atual prefeito e do seu vice. Acima deles, com muito destaque, a frase esclarecedora: “a mudança tem que continuar”, que nem mesmo o mais renhido partidário pode achar que não tem nada a ver com o case “a mudança continua”, diversas vezes apresentado por mim em palestras e debates nos últimos oito anos.

Além do plágio “óbvio e ululante”, há um também evidente sentido político no tropeço publicitário. Nada melhor que uma confissão como esta para desconstruir o simulacro de verdade erguido nos últimos anos.

Continuidade e continuísmo não são a mesma coisa em nenhum lugar do mundo, nem existe originalidade no oportunismo. Pelo jeito, lançaram a isca errada para o eleitor santa-mariense.

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9 Comentários

  1. Prezad@s, mais uma vez digo que assino aqui meus comentários com nome e sobrenome. Parabéns ao texto do Luciano Ribas. Com respeito a quem não se esconde em codinomes. Quem usa artifício como esse demonstra como pensa a política e suas variantes. Aliás, demonstra que não deseja uma construção coletiva que cuide bem de nossa Santa Maria, de forma ampla, participativa, plural e sem plágios.

  2. Comentário Ideologicamente comprometido, condiz com a realidade sob ponto de vista do pt. Assim, poderíamos afirmar, sob essa óptica poderíamos afirmar, sem medo de errar, que o Governo Lula e Dilma são continuações do Governo FHC.

  3. Em tempo: onde escrevi dessabor, leia-se dissabor. O primeiro significa falta de sabor e o segundo, mágoa, desgosto. E só pode ser isto que o tal Luiz Venâncio tem com o PT.

  4. Engraçado. Se lermos os comentários aqui do site, especialmente os deste post do Luciano, se vê que, invariavelmente os antipetistas usam codinomes. Aliás, este que se diz Luiz Venâncio deve ter tido sim algum dessabor amoroso com alguém do PT. Por que ser anti simplesmente pelo anti é até burrice.
    O Luciano só fez uma constatação de que nada de novo aconteceu nesta cidade nos últimos quatro anos. Tudo é “acabamento” de coisas iniciadas na gestão petista. Qual o grande projeto iniciado agora? Há caminhões de recursos voltando para Brasília nas diversas áreas da administração justamente por falta de projetos. Pasmem, até na combalida saúde volta verba para Brasília.
    O Luciano só disse que, por falta de criatividade, copiaram até o slogan vencedor do Valdeci. E aí vem os que se escondem atrás de apelidos e querem ter a legitimidade do controverso? Pelo menos mostrem a cara.

  5. Lá no Tuparaí depois que chegou a mídia o comentário nos bolichos é que naquela cidade da Região central estão copiando até slogam de campanha e ainda falam que além da cortesia com chapéu alheio estão que nem aluno que não estudou e cola dos mais inteligentes.

  6. A continuidade do teu slogan é o Schirmer sr publicitario.Tu só chora e não faz nada.Parece um nazista inventando a realidade.bla bla bla bla.

  7. Então deixa eu tentar entender…
    Continuidade é tudo que o PT faz, enquanto continuísmo é o que os outros fazem.
    É isso?? Acertei??
    Então tá…
    Na linha de pensamento do designer, continuidade então é o surgimento dos “Aloprados” em substituição aos “Mensaleiros”… ou o tráfico de influência da Erenice Guerra em substituição ao enriquecimento instantâneo do Antonio Palocci…
    Entendi… peguei a linha de raciocínio!!
    Só não entendi direito como é que Lula e o PT são contra o Plano Real e os programas de distribuição de renda do FHC e depois botam o Henrique Meirelles (deputado federal do PSDB de Goiás) no Banco Central e ainda lhe dão status de Ministro para ter fóro privilegiado.
    Isto é continuidade ou continuísmo??
    Ah…
    E o Lula ficar amigo de infância do Collor??
    E o Lula pegar o Maluf antes mesmo da Interpol?
    E dizer que Sarney “não é uma pessoa comum”??
    E articular contra a cassação do Renan Calheiros?
    E dar camiseta do PT para a Roseana Sarney vestir?
    Hein??
    Olha… eu acho que independente do nome – continuidade ou continuísmo – o que se vê é o velho discursinho manjado da PTzada contra “AZELITE”… como se já não estivessem no Governo Federal há 10 anos sempre metidos em algum tipo de escândalo e como se não tivessem passado 8 anos na Prefeitura de Santa Maria sem que até hoje se tenha visto alguma obra começada e concluída.
    Deve ser muito confortável ficar no segundo andar do Palácio Piratini expedindo “tijolaços” desde o segundo andar do Palácio Piratini para tentar justificar o injustificável.
    Ruim mesmo é vir aqui na Boca do Monte mostrar algum feito… pois quem nunca fez não tem o que mostrar.

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