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Xadrez político. Jogo de Aécio envolve até mesmo adversários. Se dará certo é outra questão

Para quem gosta, ou mesmo tem interesse periférico, chega a ser fascinante observar o movimento de um ou outro ator da política. Em qualquer nível, diga-se. Agora, no artigo de Rudolfo Lago, da revista IstoÉ, publicado pelo site especializado Congresso em Foco, percebe-se, na visão do autor, como se comporta e os caminhos percorridos, eventualmente tortuosos e inusuais, por Aécio Neves, governador mineiro que quer chegar à Presidência da República. Confira o que escreve Lago e, no final, mais um pequeno comentário meu. Acompanhe:

 

“O xadrez de Aécio

O que impressiona no jogo de Aécio é a sua sofisticação e complexidade. Ele move diversas peças ao mesmo tempo

É clássica a história de Garrincha com o técnico da Seleção Brasileira, Vicente Feola. Como minha especialidade não é exatamente o futebol, posso errar o momento, o jogo e o adversário. Mas parece que foi antes do jogo contra a União Soviética, na Copa de 58. O fato é que Feola fazia uma longa e complicadíssima preleção sobre como o time deveria fazer para parar o adversário, para avançar sobre sua defesa, para chegar ao gol e vencer a partida. Ao final, Garrinha, com sua costumeira singeleza, soltou a pergunta óbvia: “Tudo muito bonito, seu Feola. Mas o senhor já combinou isso tudo aí com o adversário”?

A famosa frase de Garrincha vem à lembrança após a decisão tomada anteontem pela Executiva Nacional do PT. A priori, não há veto algum a que o partido faça uma aliança local com seus adversários no plano nacional, notadamente PSDB e DEM. Mas as associações terão de ter o aval da direção nacional. E onde o PT sentir que a aliança esconde por trás algum movimento que interfira nos planos do partido para a sucessão do presidente Lula em 2010, a união pode ser vetada.

É uma decisão que vale para todo mundo, mas que foi tomada tendo em vista um único destino certo: Belo Horizonte e a aliança com o PSDB do governador Aécio Neves para eleger seu secretário Márcio Lacerda, do PSB. Aprovada a aliança, Aécio moverá a sua primeira peça importante no xadrez que montou para tentar chegar a presidente da República em 2010. O problema de Aécio é que o PT também percebeu o seu jogo. E pode reagir a ele. É a história de Garrincha.

Não que tudo o que Aécio idealizou tenha ido por terra com essa simples decisão tomada pela Executiva do PT. O que há de impressionante para quem gosta de política no xadrez montado por Aécio é a sua sofisticação e complexidade. Aécio move ao mesmo tempo uma diversidade de peças. Estabelece pontos de contatos numa série de partidos. Tem plano A, plano B, plano C, plano D … Do modo como joga, fará com que, qualquer que seja o resultado final de seus movimentos, a eleição de 2010 passe necessariamente por ele.

Há formas diversas de se jogar o jogo da política. Há políticos, como Lula, que preferem o contato direto com o povo. São mestres no corpo-a-corpo. Imbatíveis no efeito que provocam ao falar à população. Seus palcos são os comícios, as assembléias, as inaugurações ao ar livre. Há outros que buscam trabalhar na linha racional do que propõem para as suas administrações, para o amadurecimento das idéias e propostas que passaram a vida estudando. José Serra pode ser enquadrado aí…”

 

COMENTARIOZINHO CLAUDEMIRIANO: é impressionande a capacidade que têm, uns e outros, de elocubrar. Tudo para atingir determinado objetivo. É Maquiavel puro. O que não significa, necessariamente, a vitória.

 

 

SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui a íntegra do artigo “O xadrez de Aécio”, de Rudolfo Lago, editor especial da revista IstoÉ, no Congresso em Foco.

 

 

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