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UM ASSOMBRO. A história de um jornal que faliu, um governador e o silêncio ensurdecedor da mídia gaúcha

O jornal é o “Já”, um mensário que faliu por conta de processos contra seu editor. E que contou uma história Verdadeira e Documentada por CPI da Assembleia Legislativa. O jornalista, dos mais competentes do país, com passagens por grandes veículos e que, este sim, lutou (da trincheira da imprensa) contra a censura da ditadura, é Elmar Bones. O governador… Bem, melhor você mesmo ler, no texto fantástico de outro cara que é, sim, um jornalistaaaaaa de mão cheia, no caso Luiz Claudio Cunha.

Trata-se de uma história nebulosa, vergonhosamente escondida pela mídia tradicional gaúcha e que somente a internet e um portal especializado como o Observatório da Imprensa conseguem resgatar. Tem corrupção da grossa, muito maior, pode apostar, do que o que trata da Ação Popular 470. Mas muito maior, meeesmo. Coisa de R$ 800 milhões. Chega. Agora, confira você mesmo, a seguir:

A mídia e a justiça de duas caras

O Brasil de duas caras foi desmascarado na quarta-feira (7/11), no coração de Porto Alegre. A obra Uma Reportagem, Duas Sentenças, que o jornalista Elmar Bones autografou na 58º Feira do Livro, na capital gaúcha, é uma pancada doída no fígado de um país marcado pela hipocrisia e um choque na consciência de duas instituições fundamentais da democracia: a Mídia e a Justiça.

Nas suas enxutas 144 páginas, arrumadas em apenas duas semanas numa edição modesta da combalida editora do autor, a denúncia de Bones é um oportuno dique de contenção e reflexão contra a maré triunfalista de uma imprensa caudalosa nos elogios sem freios à Suprema Corte que julga a enxurrada de falcatruas da quadrilha do mensalão.

Existe corrupção e existem juízes em Brasília, como prova o STF. Mas também existe corrupção e faltam juízes em Porto Alegre, como lembra Bones, vítima do mais persistente, inclemente, longo processo judicial contra a liberdade de expressão no país. Não existe paralelo de uma ação tão prolongada da Justiça contra um órgão de imprensa no Brasil pós-ditadura de 1964, tudo isso sob o silêncio continuado da mídia e a inércia complacente de juízes.

É um absurdo contraponto de mutismo e omissão em Porto Alegre ao espetáculo de estridência e protagonismo que se escuta e vê em Brasília. A mídia e a justiça estão lá e cá, em campos opostos, emitindo sinais contraditórios sobre seus papéis. Cumprem bem seu ofício na capital brasileira e fazem muito mal (ou não fazem) o seu trabalho na capital gaúcha.

É um absurdo contraponto de mutismo e omissão em Porto Alegre ao espetáculo de estridência e protagonismo que se escuta e vê em Brasília. A mídia e a justiça estão lá e cá, em campos opostos, emitindo sinais contraditórios sobre seus papéis. Cumprem bem seu ofício na capital brasileira e fazem muito mal (ou não fazem) o seu trabalho na capital gaúcha.

O espanto de Dilma

O calvário de Bones começou em 2001, quando seu pequeno jornal, o JÁ, um mensário de cinco mil exemplares, ousou contar a história da maior fraude do Rio Grande do Sul, praticada por uma quadrilha infiltrada em licitações de geradores na CEEE, a empresa pública de energia elétrica do estado. Praticaram, em valores corrigidos, uma tunga de mais de R$ 800 milhões, quase 15 vezes o montante do mensalão agora em causa no Supremo Tribunal Federal. O jornal JÁ contou que, em março de 1987, o líder do governo do PMDB na Assembleia gaúcha, deputado caxiense Germano Rigotto, forçou a criação do cargo de “assistente da diretoria financeira” na CEEE, contrariando a determinação do governador Pedro Simon de austeridade total na empresa, que acumulava dividas de US$ 1,8 bilhão.

Acomodou-se lá Lindomar Rigotto, irmão do deputado. “Era um pleito político da base do PMDB de Caxias do Sul”, reconheceu o secretário de Minas e Energia da época, Alcides Saldanha, na CPI instalada em 1995, no governo Antônio Britto. Na administração anterior, no governo Alceu Collares, a investigação ganhou eletricidade quando a sindicância interna da CEEE foi remetida, em dezembro de 1994, à Contadoria e Auditoria Geral do Estado (CAGE) pela espantada secretária de Minas e Energia: “Eu nunca tinha visto nada igual”, confessou diante de tantos malfeitos a economista Dilma Rousseff, no início de uma carreira política que 16 anos depois a levaria ao Palácio do Planalto…”

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Um Comentário

  1. Claudemir. Ralmente é um absurdo, o que esta acontecento com este jornalista..Ele pedia, na secção de autógrafos que lessem o livro para entenderem.É uma pancada no figado, no cerebro e em outros lugares..Lamentável que isto ocorra em um pais que se diz democratico, e a midia,silencio total.E o tal governador anda por aí proferindo palestras. Comico.. se não fosse tragico

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