CPI do Apagão. Se inevitável, governo prefere – e tenta isso – que seja mista. Por quê?
Como se sabe, há duas propostas de Comissão Parlamentar de Inquérito em curso no Congresso Nacional. Ambas para tratar do mesmo tema: o apagão aéreo. Uma na Câmara dos Deputados, proposta pelo PSDB. Outra no Senado, patrocinada pelo DEM (ex-PFL). Tanto tucanos quanto demistas querem tratar, mesmo, é da Infraero. Acreditam que a estatal que administra os aeroportos é um maná de escândalos, o que, se posto sob os holofotes, poderia desgastar o governo. E eles, como oposição, o que é legítimo, querem o fígado de Luiz Inácio Lula da Silva e seus aliados.
A da Câmara está empacada, porque contestada internamente acabou motivando ação no Supremo Tribunal Federal. Que ainda não decidiu nada, mas, quando fazê-lo, tende a mandar que seja instalada. Com isso contam todos, inclusive os governistas.
A do Senado também pode empacar. O Presidente da Casa, Renan Calheiros, governista do PMDB, já disse que pretende seguir todos os ritos legais. O que significa, objetivamente, que é perfeitamente possível que a comissão comece a funcionar exatamente ao mesmo tempo que a da Câmara.
Então, soube-se nessa quinta-feira, o governo e seus aliados estudam a hipótese jurídica de instalar apenas uma CPI, e que ela seja mista. Isto é, gostariam de unir as comissões do Senado e da Câmara numa única. Não se sabe se é factível, mas já se buscam alternativas jurídicas nesse sentido.
Por que isso, pergunta você? Porque, tento responder, o governo sabe da sua maior fragilidade no Senado, o que somado ao extremismo demista, pode trazer um barulho danado, sempre danoso à imagem de quem quer que seja mesmo que não investigue nada e só provoque pirotecnia. E porque o mesmo governo sabe que isso pode neutralizar até mesmo sua imensa maioria na CPI da Câmara.
Então, por que não unir?, pensam os governistas. Assim, se é verdade que poderá haver um palco único e portanto indivisível inclusive para a mídia, haverá duas vantagens. Uma é que a maioria governista, ainda que não acachapante, se manterá com relativa tranqüilidade. E outra é que desaparece o protagonismo do DEM, que será inevitavelmente dividido com os tucanos, bem mais responsáveis, têm convicção os governistas, na sua tarefa oposicionista.
O que não se sabe é, primeiro, se há viabilidade jurídica e, segundo, se politicamente será possível implantar a idéia. A conferir.
SUGESTÃO DE LEITURA – Confira aqui a reportagem Governo tenta articular CPI Mista do Apagão Aéreo, de Maria Clara Cabral, da sucursal de Brasília do portal Terra.
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