JORNALISMO. Sim, o diploma é fundamental. Ele se foi e, em seu lugar, apareceram atores, políticos…
O editor confessa: já teve dúvidas sobre a necessidade do diploma de curso superior para o exercício do jornalismo. Mas não duraram muito. Além de questões, digamos, acadêmicas, a observação prática do que acontecia antes, e aumentou muito depois de o Supremo retirar a obrigatoriedade, sacramentou ideia no sentido contrário.
Sim, o diploma é fundamental. E, se ainda houvesse dúvida, o artigo da veterana jornalista Norma Couri, no sítio especializado Observatório da Imprensa, se encarregou de derrubar de vez. Vale a pena acompanhar, a seguir, um trecho:
“Morreu o diploma, viva o diploma…
…Jornalista há 40 anos, formada pela PUC do Rio, com mestrado na Columbia University – que Lúcia clama como uma usina de grandes profissionais – e doutorado na USP com tese em Cinema, eu sei o quanto uma boa escola de Jornalismo pode contribuir para o bom Jornalismo e posso garantir que não vi melhora na área depois que a obrigatoriedade do diploma caiu.
Pelo contrário, vi muito político ocupando espaço de profissionais, muito ator e atriz escrevendo e atuando em TV no lugar que caberia a um profissional de Jornalismo, ouvi muita bobagem no rádio e até uma infatilização da profissão por pessoas que não garanto que tenham diploma de Jornalismo, mas acredito que não. O tatibitati hoje é geral e o público privilegiado é agraciado com bobagens porque se supõe que ele não alcance outros padrões.
Concordo que as faculdades proliferaram em geração espontânea e caíram de nível na mesma proporção do que acontece em outras áreas. Porque a universidade que há mais ou menos 40 anos filtrava menos de 1% da população, ou seja, a nata, hoje, democratizada, abre as portas indiscriminadamente enquanto as escolas se multiplicam gananciosamente caras. Pagou, entrou. E a educação nunca foi prioridade no Brasil.
Não sei a ética que se exige de outras profissões, mas sei que a exigida pelo Jornalismo está na base do jogo: sem ética um profissional não vai muito longe. Não sei se um político que ganha uma coluna em jornal, um arquiteto, um artista plástico que pleiteia uma coluna de artes, um advogado, um músico ou qualquer outro profissional de outra área foca sua ética para o mesmo ponto que um jornalista. Porque a ética do político é com a política e seu interesse no momento, a do artista é com a arte, o músico, com a música, e os arrivistas com o interesse pessoal ou financeiro de agradar aqui e ali, receber daqui e dali. A ética do jornalista tece a própria relação com o entrevistado, do começo ao fim – o foco está ali, na coisa sendo feita e nas suas consequências. Um deslize acaba com uma carreira em segundos porque na raiz de tudo está a credibilidade…”
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Fritz
Os médicos defendem o Ato Médico.
Os sexologistas deveriam defender o…
Brincadeiras a parte, devemos defender as profissões de aventureiros.
Por qwue não falam que é reserva de mercado para advogado? Qualquer pessoa que se desbruçar a estudar as leis do país pode advogar. Ou não?
Para mim, esse tipo de argumento, de que defender diploma é defender reserva de mercado é muito pobre. De qualquer forma, e se for? Qual é o crime nisso? Os médicos não defendem reserva de mercado? Engenheiros? Advogados?
E reserva de mercado. E ainda justificam com a ética, como se uma disciplina de 45 horas num curso de graduação tivesse o condão de mudar o comportamento de alguém. “Mas a ética é discutida durante todo o curso.” Sim, deve ser. E qual o número de profissionais da área respondendo processo por dano moral?