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O estrangeiros estão chegando! E Santa Maria? – por Carlos Costabeber

No domingo passado recebi para um churrasco um casal de espanhóis que estava em visita a uma família daqui de Santa Maria.

Foi uma oportunidade única para poder ouvir de um investidor europeu sobre o que está ocorrendo naquela parte do mundo, especialmente na Espanha (escreverei mais na próxima semana).

A primeira lição ficou por conta da dificuldade que Santa Maria tem para atrair investidores. Vejam um exemplo bem simples:

O casal chegou no sábado à tarde em Porto Alegre, e tiveram de locar um carro, pois nos sábados não temos vôo noturno para cá. Aí são quatro horas dirigindo à noite e tendo de passar por 11 controladores de velocidade e lombadas eletrônicas. Não sei quantas multas eles tomaram.

Felizmente, hoje nós temos uma Agência de Desenvolvimento, que recebeu os visitantes, e programou uma rápida agenda, que começou por uma recepção por parte do Prefeito.

O que estou querendo dizer é que  o capital estrangeiro está a procura de oportunidades no Brasil. No caso, dos espanhóis, que estão preferindo tirar o seu dinheiro de lá, e investir num país com grandes oportunidades de negócios, e que tem afinidade histórica, cultural e de idioma com os ibéricos.

Só que a nossa cidade tem muitas dificuldades em atrair esses investidores, como foi o caso recente da fábrica de elevadores da Hyundai e da fabrica de caminhões chineses.

Um gargalo importante é a falta ve vôos entre Santa Maria e São Paulo. Basta ver o caso desse casal espanhol!

Também considero fundamental que empresários locais possam oferecer oportunidades de negócios a esses investidores.

Senão vejam:

Quem vem lá do outro lado do mundo, “não vai se atirar de cara” num mercado novo e desconhecido (esse espanhol me contou que o primeiro empreendimento que ele fez no Uruguai teve um belo prejuizo, por desconhecer os detalhes do mercado imobiliário daquele país).

Então, o que eles buscam? PARCEIROS COMERCIAIS! Empresários daqui, que tenham mentalidade aberta para receber um sócio minoritário estrangeiro, e que possam oferecer uma oportunidade de negócios de médio e longo prazos.

Será que nossos empresários estão preparados para esse novo momento?

Já sei de uma indústria local do agronegócio que está em tratativas avançadas com os chineses.

E um outro grupo comercial local, que está recebendo sondagens de fundos de investimentos americanos.

Para a cidade, já “caíu do céu” a indústria alemão KMW, fabricantes de blindados, e que será uma “grife” para Santa Maria. Como conheço um pouco desse segmento, estou convencido de que no futuro seremos um polo industrial na área da defesa.

Mas. afora a KMW, temos de estar preparados para receber o capital estrangeiro. Ainda estamos muuuuuuuuuuuito longe do ideal!

E “pra matar”!

Um grupo de fora pretendia fazer um novo condomínio residencial em Camobi!

PRETENDIA! Pois, apesar de oferecer todas as condições, o bairro de Camobi NÃO TEM REDE DE ESGOTOS.

Fico em mais esse exemplo recente, para mostrar que o caminho do desenvolvimento para Santa Maria será longo e muito pedregoso.

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4 Comentários

  1. A demanda de voos para SP ou outras capitais não é pequena. É só observar quantas pessoas permanecem no ônibus (Santa Maria-Porto Alegre) rumo ao aeroporto Salgado Filho após a parada na rodoviária da capital.

  2. sm já perdeu pra são leopoldo (elevadores), camaquã (caminhões), são pedro (fabriqueta de aviões) e agora uma empresa de tecnologia de informação está se instalando em…são joão do polêsine…

    essa kmw vai acabar que nem a santa fé vagões…

  3. Se não existe voo noturno entre POA e Santa Maria, provavelmente a demanda é pequena. E a demanda para voos entre SP e Santa Maria deve ser menor ainda.
    Quanto a KMW, serão instaladas linhas de montagem aqui ou as partes virão da Alemanha e somente a montagem final será feita aqui? Muito marketing e muitas promessas.

  4. Eu, como europeu radicado em Santa Maria, posso afirmar que o que falta é uma mudança de mentalidade. É arregaçar as mangas e trabalhar e não ficar esperando o “papai noel” em forma de um investidor estrangeiro. Santa Maria precisa sair do perfil de cidade “do funcionário público” (ganha bem, gasta bem, investe nada) para uma cidade como Passo Fundo, Joinville ou Chapecó (povo trabalha, investe, progride). A consequência é visível.

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