Se o dinheiro do futebol fosse para os esportes olímpicos… – por Carlos Costabeber
Ouvi do amigo Cel. Giovany Carrião, que além de poliatleta já trabalhou com o Bernardinho na Seleção de Vôlei, uma frase que me soou como uma “paulada”:
“SE O DINHEIRO QUE O BRASIL GASTA COM O FUTEBOL FOSSE PARA OS ESPORTES OLIMPICOS,TRARÍAMOS 20 MEDALHAS A MAIS”.
É a mais dura realidade! Uma realidade que a gente nem se dá conta; até porque, a própria mídia se nega a tocar nesse assunto.
E um exemplo bem sintomático dessa disparidade ocorreu agora nessa Olimpíada: enquanto TODOS OS ATLETAS brasileiros tiveram que se hospedar na Vila Olimpica, aonde ficou acomodada a Seleção Masculina de Futebol? Num belissimo (e caro) hotel 5 estrelas! – e mesmo assim perdeu de ganhar a medalha de ouro.
Sem falar nos estratosféricos salários pagos aos jogadores de futebol (como o Neimar que ganha 4 milhões por mês). Dá para comparar com o que ganham nossos atletas olímpicos? Uma absurda diferença !
Com isso, só resta ao Brasil, ser sempre coadjuvante nas Olimpíadas. Somos, na verdade, “um país de chuteiras”.
Me dá pena ver nossos atletas competindo contra concorrentes que têm uma estrutura pública de estimulo ao esporte. Falta ao país esse instrumento básico, que é uma política nacional de esporte.
Assim, às vésperas de patrocinar sua Olimpíada, o Brasil melhora, mas não figura entre os líderes. Por que avançamos tão lentamente?
E o tempo é curto! Não se forma um atleta olímpico em apenas 4 anos; necessita-se de 8 anos em média.
E esse é o meu medo, pois além das deficiências em infraestrutura, o Brasil não conseguirá ir mais longe em 2016.
Até porque, ter a torcida por perto pode ser um “tiro pela culatra”, pois o emocional não é o forte dos nossos atletas. Pelo contrário, mais uma vez lamentamos que atletas brasileiros “despencam na hora H”, frustrando expectativas acumululadas durante anos.
Mas nos surpreendemos quando um desconhecido como o ginasta Arthur Zanetti ganha uma medalha de ouro, inédita para o Brasil.
A pergunta é: quantos possíveis Zanettis vivem no país, sem que tenham tido (ou venham a ter), a chance de praticar ginástica? Como identificá-los, atraí-los e formá-los?
Outro erro é a grande valorização dos esportes coletivos (futebol, vôlei, basquete e handebol), em detrimento dos individuais. Dos 258 atletas nacionais, 38% disputaram apenas 7 medalhas. Outro verdadeiro disparate!
Ao contrário do Brasil, países com população menor que a nossa colhem melhores resultados nos esportes individuais.
Por fim, só resta torcer para que a mentalidade mude nesse país; que os interesses coletivos se sobreponham aos individuais; que as empresas privadas venham a ocupar parte do papel do Estado na formação de atletas realmente competitivos.
E que se invista menos em futebol, e mais em esportes olimpicos.
Tenho dúvidas de que o Brasil possa ir muito além em 2016 – em nossa própria casa.
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