Outro dia, no calor da discussão entre servidores federais grevistas e o governo, a presidente Dilma Rousseff fez um discurso que, de uma certa maneira, é razão porque houve, no dizer dos paredistas, “intransigência”. Disse Dilma que sua preocupação era com os que não tinham estabilidade no emprego e ganhavam menos. Sinteticamente, é isso.
E, de repente, surge uma pesquisa, divulgada pelo portal iG, mostrando a ascensão da classe C, e a preocupação da elite, das classes A e B. Sim, a questão é,muito mais que política, econômica. E não precisa ser muito gênio para perceber que a política implementada por Lula e seguida a risca (embora a mídia tradicional, que sabe disso, procura colocar só na conta dela) por Dilma é a grande responsável pela popularidade de ambos. Como também é por isso que mensalão e outras questões só interessam, meeeesmo, a um número muito restrito de “formadores” de opinião.
Ah, a pesquisa. Confira a reportagem de Pedro Carvalho. A seguir:
“Dados apontam que ascensão da classe C incomoda consumidores da classe AB
Os consumidores das classes A e B se mostram incomodados com algumas consequências da ascensão econômica da classe C, que passou a comprar produtos e serviços aos quais apenas a elite tinha acesso. É o que apontam dados de uma pesquisa do instituto Data Popular feita durante o primeiro trimestre, com 15 mil pessoas das classes mais favorecidas, em todo o Brasil.
De acordo com o levantamento, 55,3% dos consumidores do topo da pirâmide acham que os produtos deveriam ter versões para rico e para pobre, 48,4% afirmam que a qualidade dos serviços piorou com o acesso da população, 49,7% preferem ambientes frequentados por pessoas do mesmo nível social, 16,5% acreditam que pessoas mal vestidas deveriam ser barradas em certos lugares e 26% dizem que um metrô traria “gente indesejada” para a região onde mora.
“Durante anos, a elite comprava e vivia num ‘mundinho’ só dela”, diz Renato Meirelles, diretor do Data Popular. “Nos últimos anos, a classe C ‘invadiu’ shoppings, aeroportos e outros lugares aos quais não tinha acesso. Como é uma coisa nova, a classe AB ainda está aprendendo a conviver com isso. Parte da elite se incomoda, sim”, afirma Meirelles…”
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É meu amigo tu até pode ter razão, em muitos pontos mais que este pais melhorou melhorou isso temos que admitir, não podemos ser bandidos de não reconhecer.
Imprensa no Brasil é isto. Se fala bem do governo de plantão e, principalmente, o que o eleitorado deste governo precisa (e gosta) de ouvir, é independente. Caso contrário, recebe uma adjetivação condizente.
Depois é o samba de uma nota só. Lula, seus programas sociais (longe de ser pouco) e Dilma.
A pesquisa, bom, um dos donos do Datapopular é colunista da Carta Capital. Quem pagou a pesquisa? Quais foram as perguntas? Onde foi feita a pesquisa (em todo o Brasil é muito genérico)? Quantas pessoas foram entrevistadas? Versão de produtos para ricos já existe. Chamam de “premium”. Infraestrutura aeronáutica não melhorou e aumentou a demanda. Saúde está pela boa. O resto é ignorancia e ignorancia não se discute.
Mensalão é uma boa cortina de fumaça, como a briga com os tucanos. E não importa a popularidade. Muito menos quem tem razão. Na hora de votar, os funcionários publicos federais, os caminhoneiros, os professores sem piso (e tantos outros) é quem decidem.