Artigos

O imbroglio da saúde em Santa Maria – por Carlos Costabeber

A manchete do Diário de SM no sábado é emblemática: “O PA PRECISA DE MÉDICOS. “Na 6ª feira, quem buscou atendimento teve de ser transferido ou voltar para casa”.

Então, apesar de todos os investimentos que estão sendo feitos EM OBRAS, a cidade continua a amargar extremas dificuldades na área da saúde.

Um ataque de sinusite me levou ao PS do Hospital de Caridade na semana anterior. Fiquei apavorado com o que vi.

Pessoas aguardando atendimento em macas, fila para atendimento na (acanhada) recepção, ambulâncias chegando a toda hora. Um horror!!!

Sem falar no drama dos profissionais responsáveis por atender a uma demanda muito acima da capacidade.

Até porque, o Caridade tem sido a primeira opção para atendimento, mas opera SEMPRE NO LIMITE da sua capacidade de ocupação. É quase impossível se conseguir uma vaga naquele hospital.

Então recomeçam os questionamentos de quem olha de fora, como um simples cidadão:

1) A tão propalada UPA está pronta (em termos, pois a chuva e o barro continuam a adentrar na obra) desde o ano passado, mas não conseguiu atender um único paciente. E ainda vai demorar um bom tempo!

2) Descobri, por acaso, que o Hospital de Brigada Militar deixou de atender a pacientes de convênios, principalmente do IPE. Falei isso no Sala de Debates da Antena 1 na 5ª feira, e prontamente recebi telefonema do Dep. Jorge Pozzobom, para me esclarecer o caso.

Segundo ele, realmente houve um apontamento inicial do Tribunal de Contas do Estado, de que atender pacientes civis “poderia” ser uma irregularidade. Bastou isso, para que a Governadora Yeda suspendesse o atendimento em todos os hospitais da Brigada no Estado.

Ora, ora!!! O HBM de Santa Maria sempre foi uma referência, e lá nasceram os meus filhos. Por que a comunidade ficou calada? Perdemos uma estrutura física e de pessoal de primeira linha, e ficamos quietos ?

Segundo o Pozzobom, ele encaminhou um acordo para as lideranças na Assembléia, para regulamentar essa questão.

Se os hospitais da Brigada puderem atender, nem que seja só o pessoal do IPE, já seria um desafogo importante. Só para se ter uma idéia, o IPE é o maior responsável pelas internações no Caridade; mais até do que a UNIMED. É gente que deixou de ser atendida na Brigada, e que teve de migrar para o Caridade.

Vamos ficar, de novo, na expectativa de que a Assembléia Legislativa resolva o impasse. Mas julgo que sociedade foi omissa nesse caso.

3) Como escrevi na semana passada, o novo Hospital Regional é uma incógnita total, quanto ao seu aparelhamento e funcionamento. Fazer a obra “é uma barbada” (já começou a faltar dinheiro). Quero ver equipar aquilo tudo, e colocá-lo a funcionar !

4) Quanto ao PS do Caridade, as obras das novas instalações já estão em andamento, graças a Deus. Mas quero deixar uma sugestão: o PS deve adotar um processo de TRIAGEM dos pacientes que chegam. Afinal, isso é um padrão adotado no Mundo inteiro (eu mesmo passei por esse processo em Portugal).

Hoje, as pessoas são atendidas no PS “por ordem de chegada”, não interessando, em tese, a gravidade do caso.

5) Por fim, uma outra observação importante: se tirarmos das estatísticas de atendimentos os acidentados com motos, estaríamos solucionando o problema da falta de leitos e do acúmulo de traumatizados que chegam nas emergências. Realmente, os acidentes com motos são o maior drama do nosso trânsito e dos nossos hospitais.

Estou, por fim, me limitando a observações pontuais, pois existem muitas e muitas coisas a serem ditas. Procuro colocar a ANGÚSTIA de toda a sociedade, com a falta de solução definitiva para os problemas com a saúde em Santa Maria.

Como promessas não faltam, resta dizer: “A esperança é a última que morre”.

Nossas lideranças nos devem uma resposta!!!

Artigos relacionados

ATENÇÃO


1) Sua opinião é importante. Opine! Mas, atenção: respeite as opiniões dos outros, quaisquer que sejam.

2) Fique no tema proposto pelo post, e argumente em torno dele.

3) Ofensas são terminantemente proibidas. Inclusive em relação aos autores do texto comentado, o que inclui o editor.

4) Não se utilize de letras maiúsculas (CAIXA ALTA). No mundo virtual, isso é grito. E grito não é argumento. Nunca.

5) Não esqueça: você tem responsabilidade legal pelo que escrever. Mesmo anônimo (o que o editor aceita), seu IP é identificado. E, portanto, uma ordem JUDICIAL pode obrigar o editor a divulgá-lo. Assim, comentários considerados inadequados serão vetados.


OBSERVAÇÃO FINAL:


A CP & S Comunicações Ltda é a proprietária do site. É uma empresa privada. Não é, portanto, concessão pública e, assim, tem direito legal e absoluto para aceitar ou rejeitar comentários.

3 Comentários

  1. A mesma conversa de sempre, o agora dep. pozzobom.
    Quando foi governo (Yeda) nada trouxe para Santa Maria, agora, enche os pulmões bradando por soluções.É uma piada sempre !!!

  2. Nao fiquei calado, falei imediatamente com a Gov Yeda e fizemos o projeto de lei que regularizava a situação apontada pelo TCE, porém o PT e o PC do B nao deram acordo pra ser votado. Como o novo governo do RS do Brasil e do Mundo nao fez nada, eu apreendei o PL168/2011 para ser apreciado pelo Parlamento. Assumi compromisso e tenho palavra. Jorge Pozzobom @Éverton Severo Maciel

  3. Falou e disse Professor. É irritante e constrangera a situação da saúde pública em nossa cidade. Não adianta me dizerem que o País inteiro está assim.Não resolve. Minha aldeia ainda é Santa Maria. Eu sei – e o senhor sabe muito mais do que eu – que o problema é GESTÃO. É INCOMPETÊNCIA. Complicado e simples, ao mesmo tempo. As ditas “forças-vivas” do município, bem como nossa representação política foi, no mínimo, displicente, no episódio do Hospital da Brigada Militar. Agora, quando o assunto é mencionado em debate(eu acomopanho sempre na Antena 1), o Deputado Pozzobon liga para esclarecer e dizer que (só agora) o assunto está sendo encaminhado, Por que ficou calado na época? São essas coisas que não consigo entender na nossa sempre potencial progressista Santa Maria. Um grande abraço.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo