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É só sonho. Lula quer fugir da antecipação do debate das eleições de 2008 e 2010

O que querem os partidos políticos? Não falo daqueles que existem apenas para receber a verba do fundo partidário ou para ser alugados a quem pagar mais. Não, não é desses. Me refiro aos agrupamentos organizados no país inteiro, com programa e papel definidos na sociedade. Qual o objetivo deles?

 

A resposta é óbvia: o poder. Em todos os níveis: municipal, estadual e federal. É para isso que se organizam, diária e noturnamente. Para conquistar o poder. E como estamos numa democracia, sistema político pelo qual o poder é obtido através do voto popular, é inevitável que os partidos pensem objetivamente em como vencer eleições.

 

Desta forma, parece complicado que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva consiga impedir qualquer debate sobre esse assunto. Tomemos Santa Maria, a nossa terra, como exemplo. Por aqui, todos os atos dos partidos, desde sempre, mas especialmente neste ano, tem como mira estratégica a sucessão municipal do próximo ano. Candidaturas a vereador e a prefeito são postas na ordem do dia. E não há como evitar isso. Nem seria desejável, num ambiente democrático.

 

Em todo caso, sonhar não custa nada. E Lula tenta, na montagem de seu ministério, evitar que se pense em 2008 (pleito municipal) e 2010 (a sua – dele – própria sucessão). Quem conta isso, na coluna que assina na Folha Online, o braço de internet da Folha de São Paulo, é o jornalista Kennedy Alencar. Confira:

 

“Lula quer frear debate sobre eleições de 2008 e 2010

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse aos aliados e petistas com os quais se reuniu nos últimos dias que julga prematuras as articulações já em curso para as eleições de 2008 e 2010. Deseja frear essas discussões para organizar sua base de apoio no Congresso e a equipe de governo do segundo mandato.

O presidencialismo brasileiro tem forte ingrediente parlamentarista. Eleito com 60% dos votos, Lula não tem maioria no Congresso. Precisa negociar com os partidos para aprovar os projetos de seu interesse e evitar crises e CPIs no Legislativo. Acha que bastou o sufoco que passou no primeiro mandato.

Onze partidos apóiam o chamado governo de coalizão. É difícil encontrar espaço no primeiro e segundo escalões para tantas e díspares correntes políticas. Isso explica em parte a demora da reforma ministerial, discussão que já dura quatro meses.

Se esticar ainda mais o assunto, Lula permitirá que apareçam mais dificuldades. Em reuniões reservadas, ele disse que colocaria Marta Suplicy, ex-prefeita de São Paulo, no ministério. Afirmou que buscava uma pasta. Estava indeciso entre Educação e Cidades.

A decisão presidencial vazou. E rapidamente interesses se articularam contra Marta. O ministro Fernando Haddad, que faz um bom trabalho na Educação, agiu rápida e politicamente. Apresentou ao chefe os seus planos e ganhou a posição.

O PP, partido que apóia qualquer governo, cerra fileiras para tentar segurar as Cidades, pasta que Lula, agora, tentará dar a Marta. Como ainda vai conversar de novo com o PP, o partido já se arma. Se entregar o ministério, cobrará fatura mais alta do que se Lula já tivesse resolvido o assunto antes do Carnaval.

Se deixar Marta fora do ministério, Lula verá o PT se rebelar. O partido argumenta que os ministros petistas são mais lulistas do que partidários. Com exceção de Paulo Bernardo (Planejamento), Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) e Tarso Genro (Relações Institucionais), os demais ministros do PT não têm base no partido.

O PT já se preocupa com as eleições municipais do ano que vem. Com Marta fora do governo, essa preocupação só tenderá a crescer. No ministério, ela teria de fazer o jogo de Lula. Ficaria sob controle, dizem ministros próximos ao presidente, que o aconselham a abrigar a ex-prefeita no primeiro escalão.

Outro nó importante a ser desatado é a relação com o chamado grupo neolulista do PMDB. Essa ala ajudou Arlindo Chinaglia (PT-SP) a derrotar Aldo Rebelo (PC do B-SP) na recente disputa pela presidência da Câmara.

Se o presidente adiar a reforma ministerial, num gesto que ajudaria o antigo grupo governista do PMDB, poderá arrumar encrenca pesada com os neolulistas. O PMDB terá uma convenção no dia 11 de março para escolher seu novo presidente.

Os neolulistas querem reeleger Temer. Os antigos governistas desejam emplacar Nelson Jobim na presidência. O ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) é amigo de Lula. Obviamente, o presidente gostaria de tê-lo no comando do PMDB.

Se postergar a reforma, deixando os neolulistas sem ministérios até a convenção, dará claro sinal pró-Jobim. Poderá até ajudá-lo a vencer Temer. Mas seria uma vitória de pirro. Temer e os neolulistas continuarão a ter peso na bancada da Câmara, e a dissidência peemedebista poderá ser ressuscitada. Se tivesse…
”

 

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