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A UFSM e as políticas neoliberais – por Luiz Carlos Nascimento da Rosa

Num livro chamado Filosofia Radical, Agnes Heller, afirma: toda filosofia pressupõe uma forma de vida e toda forma de vida pressupõe uma filosofia. Ou levamos a sério nossa filosofia de vida ou entregamos nossas vidas para filosofias alheias.

Digo isso, para analisar as opções que temos feito, no contexto das políticas públicas, dentro da UFSM. Na última reunião de nosso, Egrégio, Conselho Universitário, legitimamos a “prestação de serviço”. Leia-se: venda de nosso tempo, do espaço público e de nossa força de trabalho para a iniciativa privada engordar, cada vez mais, seus lucros.

O conhecimento altamente especializado estará a serviço do acumulo de capital. O capital e sua mão visível entraram e estão ditando o modus operandis da Universidade Pública. Alunos de iniciação científica, mestrandos, doutorandos, Doutores orientadores e seus laboratórios, com tecnologia de ponta, estarão dia e noite resolvendo os problemas da indústria e construindo mecanismos para a conservação e reprodução do capital e suas formas de vida social excludente e egoísta.

Quanto tempo, espaço público e dinheiro público são envolvidos para formar um Doutor altamente especializado e montar um laboratório com altas tecnologias? Esse dinheiro público, eticamente, pode ser revertido para tornar polpuda a conta dos capitalistas e se transformar em mediadora para a reprodução da tirânica vida do capital.

O Deus capital jogou a Universidade Pública para dentro da lógica do mercado. Lá, no conselho, meus pobres tímpanos ouviram que, agora, a UFSM terá clientes; logo, tendo freguês, terá mercadorias para vender! A mercadoria, objeto e cultura universal do capital, vai mediar também nossas relações sociais no espaço acadêmico. Tudo em nome e em troca do famigerado dinheiro e, portanto, do lucro. Lucrar tornou-se objeto de desejo da Universidade Pública.

Para a indústria e para o capital isso é um verdadeiro presente. Não precisa investir capital para montar laboratórios e contratar trabalhadores especializados. É a lógica de políticas neoliberais para salvar o capital. Desregulamenta, flexibiliza as relações de trabalho e usa a Universidade como mecanismo de terceirização. Esta é a nova filosofia e a nova forma de vida da Universidade.

Uma nobre colega, apologeticamente, verbalizou: sejam bem vindos, colegas, essa é Universidade do Século XXI! Universidade na qual seu conhecimento, seus recursos, seus servidores e alunos estarão assumindo a lógica subserviente e mercadológica do Deus Capital.

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