O submundo dos catadores de lixo de Santa Maria – por Carlos Costabeber
Há muito tempo o LIXO é um assunto que muito me preocupa, notadamente a parte dos resíduos recicláveis – e até mesmo do LIXO ORGÂNICO (que representa 50% do total), que deixa de ser aproveitado como fertilizante.
O Brasil, por razões estruturais e culturais, está muito atrasado nessa questão. Estima-se que metade do lixo coletado no País vai parar em depósitos considerados inadequados, por ser muito mais prático e “econômico” (uma economia burra).
Em razão da falta de politicas públicas para esse segmento, a maioria absoluta dos municípios enfrenta problemas de difícil solução.
E um deles levou ao surgimento de uma “profissão” infame: os CATADORES DE LIXO.
Se por um lado a falta de uma razoável estrutura para a coleta do lixo reciclável tem gerado uma “economia de sobrevivência”, por outro, os prejuízos são bem maiores. Parcerias públicos-privados estão previstas no novo Plano Nacional de Resíduos Sólidos, e que além de resolver grande parte dos problemas, irá permitir que os catadores deixem as ruas, e constituam cooperativas devidamente legalizadas.
Sofremos em ver essa gente rodando pela cidade com suas carroças ou com seus carrinhos de mão, tomando de assalto as lixeiras e rasgando os sacos plásticos, atrás de material que possa se transformar em um pouco de dinheiro.
Sob o rigoroso frio do inverno, ou sob o escaldante sol do verão, famílias inteiras se dedicam a essa rotina miserável.
Depois “do serviço feito”, ainda têm de enfrentar um longo e penoso retorno às vilas ou moram (moram ?????).
O passo seguinte é a venda do material às empresas especializadas, que os enviam para as indústrias na Grande Porto Alegre.
Entretanto, com a proliferação desses catadores, surgiu uma figura nova nessa triste cadeia logística: O ATRAVESSADOR. Assim, em cada vila ou região da cidade, surgiram pessoas que passaram a comprar dos catadores, para depois fazer a venda para empresas locais ou de outras cidades (nesse caso, a Prefeitura não arrecada imposto algum).
Aproveitando a ignorância e a humildade desses catadores, eles (os intermediários) ganham dinheiro, se aproveitando dessa situação. Com isso, se criou um “submundo”, que reduz ainda mais os ganhos, já tão pequenos, dessa gente que vive miseravelmente do lixo gerado em nossas casas.
A Prefeitura, que já faz um bom trabalho ambiental, deveria conhecer mais de perto essa situação, para poder desenvolver um sistema muito mais abrangente. A qualidade de vida da população santa-mariense, e a possibilidade de oferecer maior dignidade aos nossos catadores de lixo, deve ser uma meta a ser buscada pela comunidade como um todo.
Escrevo isso com boa dose de indignação, ao ver o quanto ainda temos de avançar. Pessoalmente vejo que a população está disposta a colaborar com a coleta seletiva de resíduos em suas residências. Mas por melhor que sejam as intenções, ainda acabamos mandando tudo para a lixeira comum.
Que pena Carlinhos…mas eu não vejo a população disposta a colaborar com a coleta seletiva e muito menos a prefeitura fazendo o que era a sua parte;estimulando a população a desenvolver atitudes e uma mentalidade sustentável.É um salve-se quem puder. Certamente sou o único do quarteirão(aqui no Itaimbé) a reciclar, reutilizar e/ou reduzir todo o “lixo” que é gerado aqui em casa.Nem por isso deixei de ser brindado com um conteiner ,na frente de casa, que todo santo dia, amanhece com todo o seu conteudo jogado para fora.Os maiores geradores de lixo (os prédios)querem os containeres longe das suas portas.Parece que a responsabilidade é só da prefeitura.”E assim caminha a humanidade com passos de tartaruga e sem vontade” Reclamo para quem? Para o bispo?