Santa Maria

EXPLORAÇÃO SEXUAL. A triste (e silenciosa) rotina de crianças e adolescentes nas ruas de Santa Maria

POR MAIQUEL ROSAURO

Enquanto Santa Maria dorme, a exploração e a violência sexual de crianças e adolescentes segue uma triste e silenciosa rotina. Esta é uma realidade que se estende a diferentes bairros. independente do horário do dia.

Uma reportagem sobre o tema foi publicada na semana passada no site da Agência Central Sul de Notícias, que pertence ao curso de Jornalismo da Unifra. Os acadêmicos Eduardo Clavé, Renato Peixe, Vinícius Martins e Yuri Weber percorreram o submundo da noite santa-mariense para produzir uma reportagem sobre violência sexual e prostituição para a disciplina Jornalismo Especializado III, sob a coordenação da jornalista e professora Neli Mombelli. Leia a matéria abaixo:

“Violência sexual contra crianças e adolescentes: realidade e caminhos

A exploração e a violência sexual são temas recorrentes na nossa sociedade. Em Santa Maria, o índice do registro desses tipos de crime aumenta a cada ano.

Todo indivíduo mais atento já deve ter reparado alguma situação vulnerável de crianças e adolescentes pelas ruas de Santa Maria. Ao andar durante o dia, ou mesmo à noite, é possível vê-los parados nas calçadas ou circulando pelas ruas. Alguns com semblantes fechados, outros mais exibicionistas, parecem demostrar uma falsa segurança. O corpo ainda está em processo de formação e crescimento. Motos, carros, caminhões param e os interpelam.

Essas cenas fazem parte do cotidiano de diferentes bairros de Santa Maria. Nossa equipe foi às ruas, para observar as mais diversas situações de exploração sexual de crianças e adolescentes em situação de risco. O intuito dessa matéria perpassa qualquer julgamento ou identificação individual. Buscamos trazer à tona situações que, ao certo, deveriam causar indignação ou horror, mas que, como foi possível constatar, acabam por passar despercebidas no cotidiano de quem transita por estes lugares. E, ainda pior, despertam o interesse de indivíduos adultos que, sem nenhum pudor, acabam por explorar estas vítimas. Segundo a Constituição Federal, artigo 227, fica declarado que: “é dever de todos proteger a criança e o adolescente contra todas as formas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão’’ e estabelece punições na legislação para os crimes de abuso, violência e exploração sexual.

Em meio a estas jornadas de observações, que compreenderam cerca de quatro dias por semana, durante um mês, pudemos entender um pouco mais sobre essas situações. Fomos tomados por sentimentos como insegurança, revolta, e, por que não, medo?! Tendo em vista que estes ambientes estavam, na maioria das vezes, permeados por outras problemáticas como tráfico de drogas, consumo deliberado de substâncias lícitas e ilícitas, abandono de crianças por suas famílias, que transitavam pelas ruas madrugada adentro e, também, a clara suspeita de aliciadores que, em alguns casos, circulavam pelos arredores, mantendo um contato constante com seus objetos de exploração.

Por razões éticas e de segurança, nos limitamos a parar o carro próximo a algumas destas situações, com vidros semiabertos e portas trancadas. Foi por meio de uma breve abertura da janela que conseguimos contato com duas meninas que aparentavam ter menos de 18 anos. É importante esclarecer que não temos a comprovação, por meio de documentos, que as jovens eram menores de idade. No entanto, pelas observações a longa distância e pelo contato que tivemos com ambas, nos deparamos com uma visão assustadora de duas meninas com vestes provocantes, oferecendo seus corpos (que aparentavam recém ter entrado na adolescência), voz suave de criança, mas com uma frieza e, até de certa forma, uma “malandragem” para negociar o seu ‘produto’.

A conversa foi bem direta. Em ambos os casos perguntamos o que estavam fazendo. Recebemos a resposta imediata de que se tratava de um”‘programa”. Em um caso específico, a jovem se deslocou em direção à janela, proferindo a seguinte frase: – ” Programa? Faço sexo oral e sexo vaginal.”

Quando questionadas sobre suas idades, em uma primeira conversa, ambas disseram: “Dezoito”, expressando certo receio em responder. Outro fator marcante é a volatilidade que possuem, adequando-se as mais diversas propostas e sugerindo diversas formas para negociar o ‘programa’…”

Clique aqui e leia a matéria completa no site a Agência Central Sul de Notícias.

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