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Agora vai? Quinteto comanda a campanha de Lula no Estado, sob a coordenação de Valdeci

Vamos combinar que não fica bem um candidato que sempre teve, no Rio Grande do Sul, as suas maiores vitórias (excetuando o primeiro turno de 1989, quando o adversário era Leonel Brizola), ostentar, no primeiro turno de 2006, em território gaúcho, o pior desempenho de todo o país. Pois foi exatamente o que aconteceu com Luiz Inácio Lula da Silva.

Assim, nada mais natural que se instalar uma crise no comando da campanha, coordenada pelo prefeito licenciado de Santa Maria, Valdeci Oliveira. Que, também é óbvio, receberia críticas em função desse resultado. Aí, e é fácil notar também, se juntam desde manifestações sinceras de preocupação com o futuro da candidatura no Sul até claras intenções de desgastar politicamente o coordenador.

É do jogo. É também assim que se dá a disputa interna nos partidos. E, cá entre nós, no PT esse tipo de desinteligência é tão comum que chega a fazer parte da história da sigla. No caso específico, até as pedras sabem que fazer qualquer mudança que implicasse na saída de Valdeci traria mais prejuízo do que lucro. E olha que não se está aqui a fazer juízo de valor. Apenas constatando o evidente. Nada além.

Dito isto, vamos aos fatos. Fiquei sabendo, já no final da noite desta quarta-feira, que Valdeci Oliveira recebeu um telefonema do coordenador político nacional da campanha de Lula, o também gaúcho Marco Aurélio Garcia. Nesse contato, ficou acertado que serão convidados (aliás, já devem ter sido) mais quatro figuras gaúchas para compor o comando da campanha no Rio Grande do Sul. São elas: a deputada eleita pelo PC do B, e mais votada do Estado, Manuela D’Ávila; o deputado petista, reeleito, Henrique Fontana; o deputado do PSB, também reeleito, e vice-líder do governo na Câmara, Beto Albuquerque, e o ex-ministro e candidato derrotado (mas que susto deu ao Simon, hein?) ao Senado, Miguel Rossetto. Os quatro, mais Valdeci e sob a coordenação política deste, como representante de Brasília, vão tocar a luta de Lula para, pelo menos, diminuir a diferença no Rio Grande do Sul. Isso sem falar na disposição de reverter um quadro desfavorável e também tentar eleger Olívio Dutra governador.

Não precisa nem ser muito inteligente para notar que a idéia do Planalto é diluir responsabilidades, e aumentar o trabalho, que era tocado basicamente por Valdeci e um pequeno grupo. E também dar uma coloração de maior diversidade, inclusive entre as correntes do Lulismo, facilitando o entendimento visando ao segundo turno.

Aliás, parece ter baixado uma palavra de ordem no petismo: deixar as divergências para serem resolvidas depois da eleição. Não brigar agora, é a determinação. E isso se nota, por exemplo, nas manifestações mais recentes. Não apenas de Fernando Menezes, coordenador regional do PT no centro do Estado (para entender melhor, leia a nota imediatamente anterior a esta), mas também nas dos deputados Paulo Pimenta e Fabiano Pereira, como mostra A Razão, na sua edição de hoje. Quer saber mais? Leia o texto que o jornal está publicando:

”Valdeci segue coordenando
campanha de Lula no estado

Petistas elogiam o prefeito e dizem que ele não é o único responsável pelo desempenho de Lula nas urnas

A permanência de Valdeci Oliveira a frente da coordenação estadual da campanha de Lula não está ameaçada. Pelo menos é isso que petistas de Santa Maria e do estado afirmaram ontem, não confirmando a articulação que haveria para que o prefeito licenciado saísse do cargo.

O presidente do PT em Santa Maria, Jarcedi Terra, disse que tudo trata-se de “boataria”. “O Valdeci é o coordenador estadual da campanha de Lula, é um cara respeitado em todo o Rio Grande do Sul e até fora do estado. É uma das maiores lideranças do partido”, definiu, salientando que é muito bom o trabalho que o prefeito vem desenvolvendo na campanha.

Quanto ao desempenho do partido no Estado e na cidade, Jarcedi afirmou que esperava que fosse um pouco melhor, mas está satisfeito por o partido ter chegado ao segundo turno no estado e no país, pelas bancadas eleitas na Assembléia Legislativa e na Câmara dos Deputados e pela reeleição dos dois deputados de Santa Maria, Paulo Pimenta e Fabiano Pereira, os únicos representantes da cidade nos legislativos estadual e federal a partir de 2007.

O deputado estadual Adão Villaverde, que foi reeleito e que teve apoio de Valdeci na campanha, disse que atribuir o desempenho de Lula no estado a uma só pessoa é uma “grande simplificação política ou má fé”. Villaverde destacou a importância do trabalho do prefeito licenciado na campanha.

“Valdeci tem legitimidade do comando nacional e estadual, tanto que eles afirmaram que um dos melhores comícios de toda a campanha de Lula foi em Santa Maria. Tenho certeza que ele vai continuar fazendo esse trabalho extraordinário que vem sendo desenvolvido”, comentou. Para o deputado, o principal agora não deve ser uma questão interna do partido, mas sua unidade para poder ampliar as campanhas de Lula e Olívio Dutra.

O deputado federal reeleito, Paulo Pimenta, afirmou que ele não fez nem fará nenhum movimento para que Valdeci perca o cargo na coordenação da campanha, pois os dois têm uma relação de lealdade e ele não faria nada antes de discutir com o prefeito. Pimenta ainda acrescentou que Valdeci não pode ser responsabilizado individualmente pelo desempenho de Lula no estado.

A tendência a que Pimenta pertence, a PT Amplo, seria a que estaria articulando dentro do partido a saída de Valdeci do cargo. “Desconheço que qualquer integrante do PT Amplo tenha feito isso”, informou.

O deputado deixou claro que a falta de unidade do partido foi a responsável pela divulgação dessas informações, já que as pessoas que estariam espalhando esse “boato” teriam agido…”


SE DESEJAR ler a íntegra da reportagem, pode fazê-lo acessando a página do jornal na internet, no endereço www.arazao.com.br, ou na versão impressa, nas bancas nas primeiras horas desta quinta-feira.

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