O sítio recebeu artigo escrito pelo jornalista (ex-editor do jornal A Razão e atualmente atuando na Coordenadoria de Comunicação Social da UFSM e na rádio Universidade) Jair Alan Siqueira. O tema é o vestibular. Você conhecerá as razões dele e se reafirma, embora não fosse preciso dizer, dado o caráter democrático do sítio, que o espaço está aberto ao contraponto. Acompanhe:
“Vestibular em janeiro? Sou contra
Jair Alan/Jornalista e servidor público federal
Tenho o maior respeito pelos empresários santa-marienses, alguns até me despertam orgulho pelo seu empreendedorismo e defesa dos interesses da comunidade. Mas alguns esquecem o lado humano quando, na ânsia de aumentar seus capitais, reivindicam a volta do vestibular para o mês de dezembro. Ora, sou servidor público. Para que o vestibular volte a ser realizado em janeiro serei obrigado a ficar em Santa Maria no seu pior mês do ano, quando a temperatura chega a níveis insuportáveis. Assim como eu, mais cerca de três mil colegas não poderão sair da cidade para poderem ajudar na aplicação das provas. Contando com suas famílias, são cerca de 12 mil pessoas que perderão a chance de aproveitar o melhor período do ano para se gozar as feiras. Além deste contingente, outros milhares deverão permanecer para atender o comércio por apenas três dias.
Ainda não soube de nenhuma crise na economia da cidade pelo fato do Vestibular ser realizado em dezembro. Não soube de nenhum hotel ou estabelecimento comercial que tenha ido à falência por causa da alteração de datas. Nem soube de algum comerciário que tenha melhorado seu padrão de vida por estes três dias. Nem vi novos empreendimentos surgirem como conseqüência do tempo que as provas eram realizadas em janeiro. Nem vi melhorias nos serviços dispostos aos consumidores.
Santa Maria caracteriza-se por ser uma cidade estudantil. A maioria tem filhos nas escolas e só lhe resta a metade de dezembro, janeiro e a metade de fevereiro para fugirem do calor senegalesco que afeta a cidade, principalmente, em janeiro. Neste mês (já fui editor de jornal) os empresários diminuem suas campanhas publicitárias nos órgãos de imprensa, pois alegam que o investimento não lhes é favorável. Os jornais minguam suas páginas. Ou seja, não são três dias de vestibular que reverterão a situação historicamente desfavorável ao comércio no início do ano.
Então chegam a ser categóricos e impositivos na ânsia capitalista de faturar em cima dos vestibulandos e seus parentes que passam pela cidade. Mas por que nós temos que arcar com sacrifício para que apenas os patrões tenham lucro?
Prefiro o Vestibular em dezembro e ter a chance de me dedicar à minha família na época mais apropriada para isso. Eu também sou consumidor e trabalhador. O mês de janeiro é a época das grandes promoções de lazer em muitas cidades que vivem do turismo nesta época. E também para consumo. Por exemplo: gosto de ir a Brusque nesta época do ano onde há uma indústria do vestuário que me proporciona roupas bem mais baratas e de boa qualidade. Até Gramado e a serra são uma grande opção de lazer e consumo quando as lojas oferecem roupas de inverno a preços reduzidos.
Não é minha culpa por Santa Maria ter características diferentes que, em vez de atrair, só espanta turistas e moradores por causa do seu calor intenso. Mas só falta ser explícito: os comerciantes querem nosso sacrifício. Ou seja, por causa de uma minoria gananciosa teremos que nos submeter à lei do lucro. Entendo que não deva ser assim. Amo Santa Maria com todo bairrismo e ufanismo possível, mas em janeiro só quero descansar e evitar me expor ao sol escaldante da cidade. E tem o pior: o risco à saúde (câncer de pele) quando esta região sofre as maiores conseqüências da irradiação solar devido à camada de ozônio que é afetada.
Empresários, com todo o meu respeito: os senhores podem deixar a cidade legando aos seus empregados a incumbência de atender os consumidores ou ficarem em suas mansões confortavelmente refrigeradas e suas piscinas particulares. Mas pensem no lado humano de quem terá que ficar expostos a tudo o que está escrito. (Se bem que duvido que possa fazê-los mudar de idéia.) E, cá pra nós, não há aumento de vendas, hospedagens e lucros também em dezembro com os visitantes? Não há faturamento com as formaturas que acontecem em janeiro? Vestibular em janeiro? Sou contra.”
quem ofende a sociedade que PRECISA do serviço que deveria ser prestado pela UFSM é o servidor que reclama do serviço que não presta… volto a afirmar, só porque as escolas e cursinhos não se manifestaram, não quer dizer que pais e alunos estejam satisfeitos com o calendário da UFSM, citem as instituições que seguiram o exemplo da NOSSA universidade. Acho que vc não tem filho nem parente buscando uma vaga na sua região e federal…fácil colocar a culpa nos outros. ora convenhamos…Achei muito legal um frentista ao responder uma professora da UFSM defendendo a grave, afirmando que seu salario era de chorar, mas o da maioria da população é de morrer…vcs sabem o que pensamos dos seus serviços mal prestados, ficam defendendo seu misero salario, achando que estamos com inveja, sinto pena de quem nao faz o seu serviço com prazer ou com amor, ficam defendendo sua estabilidade que faz de vcs profissionais sem ambição e que não crescem…quem dera ter ótimos professores como os tenho fora da federal…aula MESMO…SERVIÇO BEM FEITO, prestar serviço ao seu país e a quem paga seus salarios.
Estão confundindo algumas coisas. A UFSM não quer mandar na cidade, mas alguns empresários querem mandar na universidade impondo a data de vestibular visando lucros no comércio. Várias cidades do Brasil realizam o vestibular em dezembro e isto nunca causou crise no setor empresarial.
Não são só os servidores que querem férias no verão. Isto é anseio de todo trabalhador, pois é a chance de comparatilhar este período com as férias escolares.
Sou servidor com orgulho. Fiz concurso público passei em primeiro lugar. Estou muito contente com o meu serviço e se isto provoca ciúmes, façam como eu: estudem e façam concurso. Servidor “serve” como qualquer outro trabalhador, mas não confundam servidor com escravo.
Filtro solar não foi feito apenas para os servidores. Ele é essencial para qualquer pessoa que fique em SM no verão. Quanto ao horário de verão, ele é feito em um turno das 7h30min às 13h30min.
Usar a palavra “servidor” de forma pejorativa ofende uma classe inteira. E esta é uma classe que sustenta em grande parte da economia da região.
muito infeliz o comentario do “servidor” publico, a universidade acha que é um mundo a parte do resto da cidade e do Brasil, só porque as escolas e os alunos não criticaram a data, nao quer dizer que estao satisfeitos com a mudança da data, o stress já é muito com a escola, imagina juntar as duas datas. é uma competição para ver quem é mais importante, sofre mesmo é o alunos que tem que competir com todo o Brasil…todavia há uma birra com o comercio que se manifestou contra, se o servidor nao esta contente com sua função, entao que troque de emprego ou abra sua propria empresa, assim nao terá esse problema…além disso está trabalhando nas ferias por causa da greve, nao por causa do vestibular. também nao deve ter ficado janeiro por aqui, pois nao fez calor, foram dias muito mais agradáveis do que anos anteriores. tenha dó…
A Universidade serve aos alunos, no caso, aos candidatos. O vestibular tem que ser na melhor data para eles. Não mudaram a denominação de “funcionário” para “servidor”. O servidor serve. E ainda reclama que “só” resta metade de dezembro, metade de fevereiro e janeiro. Para o resto dos mortais, férias são 30 dias. E não tem horário de verão com meio expediente. E não são três dias que vão estragar as férias.
Os “servidores” da universidade desconhecem o filtro solar, querem fugir do buraco de ozônio. Pior, o resto da população pode ficar por aqui mesmo, desde que os “servidores” fiquem a salvo. Só rindo.
Muito digno. Libera também as famílias e os vestibulandos para passarem um Natal e Reveillon com menos estresse. Basta dessa Síndrome de Sucupira! Quem se diz empreendedor tem que ser arrojado de verdade, e não apenas abrir a lojinha para ficar com os cotovelos no balcão esperando que o movimento caia do céu.
Façam 28, 29 e 30 de Dezembro, o Natal não será TÃO prejudicado para as lojas e os estudantes iniciam o ano sabendo se são ou não novos acadêmicos.