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OPINIÃO. Reforma política. E temas escatológicos (?)

Segue a segunda parte (a primeira você leu agora há pouco, mais abaixo) do material produzido pelo cientista social Dantro Guevedo, colaborador eventual do sítio. E agora ele… Bem, confira você mesmo, a seguir:

Reforma política, temas escatológicos e exemplos brasileiros (2)

Na cidade de Nairóbi (Quênia), uma parcela da população que convive com uma estrutura muito precária de saneamento básico lançou um dispositivo sanitário muito particular, o “banheiro voador”, que consiste em cagar num saco plástico e arremessar pela janela em direção ao telhado ou pátio vizinho.

À primeira vista pode parecer extremamente primitivo, alguns até podem estar pensando, como aquela gente é pouco evoluída. Porém, para as pessoas daquele lugar tal comportamento é normal, segue um padrão coletivo, e não tem nada de errado.

Há quilômetros de distância de Nairóbi, em Fevereiro de 2013 na capital Brasília foi reeleito como Presidente do Senado Federal um cidadão chamado Calheiros (o qual perpetua uma dinastia em Alagoas através de seu filho Renanzinho), cuja ficha é mais suja que papel higiênico usado, e que durante a posse foi bem objetivo ao dizer que o interesse (do grupo de partidos hegemônico) nacional é a finalidade maior da vida política brasileira que faz da ética um meio (descartável, ignorável, indesejável, e muitas vezes inconciliável), assim como o faz com o cidadão deste país.

Agora repito, “à primeira vista pode parecer extremamente primitivo, alguns até podem estar pensando, como aquela gente é pouco evoluída. Porém, para as pessoas daquele lugar tal comportamento é normal, segue um padrão coletivo, e não tem nada de errado”.

Normal? Normal o caralho…

Sim está errado… muito errado!

E isso precisa mudar já.

Dar a oportunidade de reeleição para políticos (ficha suja) tradicionais para que assumam postos de comando em nosso país é tão errado quanto jogar fezes no telhado do vizinho através da janela de nossas casas, e nós precisamos ensinar isso para nossos filhos.

Qual exemplo de liderança você quer apresentar para seus filhos… quando quem está no comando é bandido? Enquanto isso não mudar o Brasil vai continuar reproduzindo essa bagunça generalizada.

Exemplo bem recente do que a negligência, imprudência, desrespeito, enfim o “jeitinho brasileiro”  pode resultar é a tragédia de Santa Maria, cujas causas são multifatoriais, onde todos erraram um pouquinho, a prefeitura errou um pouquinho, a fiscalização do CREA errou um pouquinho, a fiscalização dos bombeiros errou um pouquinho, os donos da boate erraram um pouquinho, os seguranças erraram um pouquinho, os jovens que escolheram se aglomerar igual sardinha em lata erraram um pouquinho, e a lista se estende… Porém, de pouquinho em pouquinho hoje colecionamos um recorde nada agradável, que somam mais de 200 mortos e, de pouquinho em pouquinho ouço dia após dia a infeliz notícia que morreu mais um dos mais de 100 hospitalizados.

Nós precisamos tirar uma lição de tudo isso, e precisamos começar a agir. Não podemos mais ignorar os detalhes. Especial destaque para um detalhe, referente às nossas autoridades institucionalmente constituídas, das quais esperamos e que por pressuposto deveriam mostrar o exemplo de como agir respeitando a lei, com prudência, diligência, ética, lisura, liderando as massas e traçando os rumos de nossa sociedade, que estão colocando tudo a perder.

O modus operandi e o status quo da política tradicional brasileira são o pano de fundo para muitas tragédias cotidianas no Brasil, e isso não é novidade para ninguém, todo mundo reclama, mas faltam proposições e ações. Existe a necessidade urgente de mudar as regras do jogo.

A reforma política é um tema que não está sendo levado a sério pela opinião pública, não reflete uma vontade popular, e somente por isso não é levado a sério pelos políticos. E quanto mais retardamos essa mudança mais vítimas cotidianas nós vamos produzindo. Isso mesmo, estamos correndo contra o tempo.” 

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2 Comentários

  1. Uma reforma política é necessariamente urgente antes que matem mais gente. E com certeza formação política para as pessoas desde o berço. Educação e cultura, “país sem pobreza; pais rico”. E mais o voto tem que deixar de ser obrigatório, evitaria muita compra e troca de favores, só iriam votar os politicamente interessados. Pois, para se efetivar a democracia, o voto tem que ser livre, é o exercício da democracia. Não precisa existir um salário de político, só ajuda de custa já dá para viver. Garanto que assim o país vai melhorar e muito. Há já ia me esquecendo, emprego político só com concurso público, nem que seja só uma prova de conhecimentos específicos e que as pessoas não acumulem cargos, o ministério público tem que proibir essa prática. Tem pessoas competentes para evitar sobrecarga, podendo assim oferecer um serviço público humanizado. E mais pessoas sabendo o caminho ( informações) para evitar abusos. Eu agora não tenho pena de prepotentes, eu levo ao judiciário, que é a vingança pela mãos do próprio estado. Isso é civilidade. Que se incomodem os incomodados, pois isso desacomoda.

  2. Tema escatológico é com os Borreau.
    Vou reler o texto… não é só em Nairobi que uns jogam saco de fezes no telhado alheio.
    Aqui tambem, mas temos político que joga o saco e sobe no telhado para buscar ele de volta.
    Né seu Marion Mortari?

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