TRAGÉDIA. Políticos subestimam a força das redes sociais e correm o risco de ser pegos no contrapé
Acreditar que se trata de mera mobilização com “fins políticos”, destinados a “prejudicar” a Prefeitura e vereadores a ela ligados é a maneira fácil de encarar a discussão que tomou conta da internet, sobretudo nas redes sociais e, muito especialmente, o feicebuqui.
No entanto, e aqui quem escreve é um acompanhante direto das movimentações no meio digital (inclusive porque faz parte dele), pode ser um tiro no pé. Cresce, e muito, a articulação, muito além da militância partidária. Seria o caso de os integrantes do Executivo, tão preocupados em blindar quem não precisa disso, mas têm medo, muito medo, e mais particularmente os edis, prestar atenção ao que está acontecendo.
Começam a pulular na rede grupos nada partidários. E que entendem, por exemplo, que a CPI da Kiss só não sai porque vereadores estão mais interessados em se defender (do que não foram atacados) do que em tratar com seriedade o assunto. Gente: foram 239 mortos. 239. Os feridos passam fácil dos 200. E isso (é o que as redes estão mostrando) parecem não merecer a importância devida. Não parece ser do interesse da maioria (sim, há os que imaginam diferente) partidarizar a questão. Mas investigar. Em todas as instâncias. Inclusive ou especialmente num poder, o Legislativo, que tem exatamente essa função, entre outras.
Que ninguém duvide: esse tipo de movimento pode deixar a rede de computadores a qualquer momento. E chegar na porta do Palacete da Vale Machado. E aí será possível aos edis perceber que não serão moções de congratulações que deles se exigirá. Nem requerimentos para fechar buracos de rua – que nisto a mídia tradicional tem mais êxito que eles.
Alguém dirá: o editor está divagando. É? Então aí vão dois exemplos.
1) vereadores zelosos com o seu perfil no feicebuqui estão recebendo recado direto de eleitores (seus também, e não apenas de adversários) cobrando uma posição. Claro que, como o sítio já percebeu, alguns foram apagados. Afinal, “não fica bem”.
E 2) a partir do Centro de Ciências Rurais da UFSM foi criado um EVENTO pró-CPI da Kiss. Até o momento em que este texto é redigido, já havia 146 adeptos. E não é o único.
Vamos combinar: que os políticos em geral levam mais a sério essa movimentação. Ou a sua credibilidade vai pelo ralo. Mas é só uma opiniãozinha, que ninguém precise se preocupar com ela, também. Se não quiser.
EM TEMPO: na madrugada passada, na sua página no feicebuqui, o editor escreveu um texto a respeito disso. Até às 11 da noite deste domingo, o MATERIAL já havia sido “curtido” por 105 pessoas (e lido, certamente, por bem mais). E compartilhado por 59. O que quer dizer uma disseminação incrível, para quem acompanha as redes sociais. Se isso não quer dizer influência… Bueno, depois que ninguém reclame.
Estou indignada com o comportamento dos “nossos vereadores”(o candidato que votei não se inclui na lista dos indiferentes). É uma VERGONHA para a nossa cidade. Queria ver se um dos mortos ou feridos fossem familiar de um dos “indiferentes”???? CANALHAS!!!!
CPI com inquérito policial em curso é bobagem. Carlinhos Cachoeira que o diga. E nem para propor legislação serve porque deve sair algo a nível estadual e/ou federal. O resto é politicagem.
E as redes sociais? Coletaram mais de um milhão de assinaturas para derrubar o Calheiros e deu em nada.
A maioria dos vereadores usou as redes sociais virtuais como ferramenta de campanha. Alguns podem não ter perfis porem alguem de sua assessoria deva ter.
Desconsiderar esta ferramenta é anacrônico.
Alguns grupos tem tido maior força que ofícios e pedidos diretos a certos orgãos.
Documentos impressos podem ser “perdidos, podem ser encaminahdos a outra(s) pessoa(s), entrando no limbo da máquina burocrática e nunca serem respondidos.
Já no FaceBook, por exemplo, ao comentar e mencionar alguem envolvido (um secretário ou vereador) ele tem seu nome diretamente associado ao evento, ficando no “compromisso” de responder, pois sabe que a demanda foi vista, curtida e/ou compartilhada por muitos. Lógico que falo de demandas sérias e responsáveis, facilmente vistas, fotografadas ou argumentadas.
O compromisso é tamanho que já tivemos abandonos/saídas de pessoas do executivo de grupos específicos, pois a carga estava sendo grande. Tem secretário que já deletou seu perfil. Longe dos olhos, longe do coração (estranho quando o símbolo da atual gestão é um coração).
Eu concordo que muitas vezes uma CPI, é tudo politicagem mas esta envolve vidas 239, clamam por justiça, e os representantes deles que deveriam fazer justiça simplesmente cruzam os braços, acho que nôs povo não devemos deixar isso assim.