POR MAIQUEL ROSAURO
Após a tragédia na boate Kiss, em 27 de janeiro, a comunidade santa-mariense começa a ficar atenta aos riscos que corre em locais públicos. Professores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) fazem um alerta sobre a precariedade de alguns prédios da instituição.
Leia abaixo na matéria de Bruna Homrich, da assessoria de imprensa da SEDUFSM:
Professores apontam precariedades em prédios da UFSM
O prédio que abriga o curso de Arquitetura e Urbanismo na UFSM não possui as devidas condições de segurança, afirma o professor daquele departamento, Hugo Gomes Blois Filho. A precariedade em relação a um plano de prevenção de incêndios é detectada no laboratório dos alunos do curso de Engenharia pelo engenheiro e professor do departamento de Transportes, Rinaldo Pinheiro.
O incêndio que vitimou 239 jovens que frequentavam a boate Kiss, em Santa Maria, na madrugada do dia 27 de janeiro, acendeu o sinal de alerta para aos três segmentos da Ufsm. O próprio Ministério Público Federal (MPF) já anunciou à imprensa que pedirá uma vistoria nos prédios da instituição, de modo a analisar quais oferecem condições adequadas de segurança aos estudantes e demais trabalhadores.
Hugo Gomes Blois Filho, que além de professor de Arquitetura, também é ex-diretor da Sedufsm, diz que a recente tragédia não deve ser encarada como um acontecimento pontual ou uma fatalidade. Segundo ele, a universidade deve estar atenta quanto a esses problemas. Segundo dados contidos em matéria publicada pelo jornal Zero Hora, apenas cinco, dos mais de cem prédios da instituição, apresentam Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI).
Da mesma forma, o também ex-diretor da Sedufsm e professor do departamento de Transportes, Rinaldo Pinheiro, explica que o prédio de laboratório utilizado pelos estudantes de engenharia, e que abriga diversos equipamentos, não apresenta plano de prevenção, sendo precário no que diz respeito à segurança. “Em relação aos prédios novos não vejo problema, pois todos eles já estão de acordo com as normas técnicas. O problema são os prédios antigos, principalmente os de laboratórios. Teria de ser feito um trabalho mais profundo, readequar os prédios à nova legislação, atribuindo a esses ‘rotas de fuga’, sinalizações, etc.”, opina Pinheiro.
Quem fiscaliza?
O professor de Arquitetura também explica que há tempos é fomentada uma discussão sobre de quem deveria ser a função de fiscalizar os locais, se do corpo de bombeiros, de profissionais da UFSM ou de profissionais ligados ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA). Atualmente, tal tarefa é destinada aos bombeiros. “Muitos dizem que, pelo fato de os bombeiros combaterem o incêndio, eles têm de fiscalizar. Eu não sou dessa teoria, acho que a universidade também forma profissionais com base nas normas e leis”, opina Blois. Para ele, assim como o laboratório do curso de Medicina Veterinária, que recebeu queixas por parte de docentes, outros laboratórios na instituição podem apresentar debilidades, uma vez que o risco não se resume a explosões, mas à própria irradiação possível em locais onde há estudos nucleares.
Hugo Blois Filho ainda esclarece que não é possível pensar em um projeto estrutural ou em projetos complementares de prevenção a incêndio sem considerarmos o projeto de arquitetura. “Temos que verificar em que medida esse projeto de arquitetura tem elementos que possam dificultar a evacuação em um período rápido de tempo, quais barreiras podem ter sido colocadas nesse percurso, se há saídas de emergência”, diz o professor, que critica a posição de considerar o extintor suficiente para conter situações de incêndio, fazendo-se necessário, então, alterações estruturais, como rotas de fuga e escadas de emergência.
Entretanto, conforme explica o docente, normas não são leis. “As normas são elaboradas por membros de uma associação e não são acessíveis sem que haja um pagamento por elas. Aí tu tens agrupados interesses dos mais variados”, pondera Blois.
A assessoria de imprensa da Sedufsm entrou em contato com a pró-reitoria de Infraestrutura, mas lá, o professor Valmir Brondani preferiu não se manifestar.
Basta fazer um TAC e está tudo resolvido.
A gurizada das rurais ta danada… escaparam da Kiss e tem que conviver com laboraoriso cheios de quimicos.
Tambem tem em outros setores,