Santa MariaTragédia

PÓS-INQUÉRITO. Sergio Blattes, uma sensata opinião

Bueno. É possível não concordar com o editor. Sempre, como se pode verificar em muitos dos comentários apostos às notas aqui publicadas. De todo modo, o que este sítio pensa, basicamente, está contido no que publica, em seu próprio blogue, o advogado (e de larga militância política nas três décadas passadas) Sérgio Blattes.

Não fecho com tudo o que ele escreve, mas acredito que o básico é exatamente isso mesmo. O quê? Confira você mesmo, a seguir:

O momento é de construção

A tragédia de 27 de janeiro jamais será esquecida, assim como suas vítimas; o luto precisa ser vivenciado, mas aos poucos temos que reunir forças para construir uma sociedade melhor do que aquela que ocasionou o incêndio. Isso pressupõe uma inversão da lógica a que todos nos acostumamos de relativizar as exigências legais, buscar um jeitinho para resolver os problemas, como se isto possa não ter consequências.

O momento é de construção de uma nova sociedade, onde cada um saiba seus direitos, os exerça e não permita que outros descumpram obrigações. Tenhamos consciência de que as “irregularidades” que somadas geraram a tragédia da KISS não foram exceção. Pelo contrário, são quase a generalidade. Tanto é verdade que após o fato as autoridades fecharam vários estabelecimentos (que estavam irregulares antes). Mas faço uma pergunta: qual seria a reação da nossa sociedade se dias antes do incêndio tivesse sido deflagrada uma fiscalização rigorosa e interditados bares, boates e similares? Por acaso não seria uma reação contra a fiscalização? Creio que sim. Não mudaremos o mundo sem mudar as pessoas que vivem nele. A sociedade nada mais é do que a soma dos indivíduos que a compõem.

Encerrado o Inquérito Policial, apontados possíveis responsáveis, cabe agora à justiça fazer o julgamento. Não é com ódio aos indiciados ou apontados como responsáveis que colaboraremos para um novo e melhor tempo. A Justiça não será feita sob pressão, nem premida pela pressa.

Há uma frase atribuída a Buda que se aplica muito bem ao nosso momento: “Jamais, em todo o mundo, o ódio acabou com o ódio; o que acaba com o ódio é o amor”. Não façamos da tragédia um caldo de cultura do ódio, nem permitamos, em respeito às vítimas e seus familiares e amigos, que se permita a partidarização do julgamento que virá. Será muito triste constatar que sobre a desgraça de mil famílias (entre mortos e sobreviventes) se busque tirar vantagem eleitoral, além do que…” 

PARA LER A ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI.

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7 Comentários

  1. Parabéns Blattes !!! até que enfim um comentário inteligente, sensato e de nível, nesta balburdia dos últimos dias. É muita politicagem barata em cima de um acontecimento tão grave. Alguns não se deram conta que foram “salvos” disto tudo porque tiveram menos votos do que outros, só isso.

  2. Quanto a pergunta: qual seria a reação da nossa sociedade se dias antes do incêndio tivesse sido deflagrada uma fiscalização rigorosa e interditados bares, boates e similares? Claro que seria uma reação contra a fiscalização? Mas o órgão público estaria no seu papel de fiscalizar e cumprir rigorosamente a legislação. Cabe salientar aqui que somente agora a Vigilância Sanitária interditou os prédio do curso de Odontologia, pelas condições em que se encontra.

  3. Tuas palavras Sérgio, são verdadeiras e sábias, se formos ver culpados todos somos por razões q. prefiro não citar aqui, mas o certo é q. temos q. ñ julgar com ódio, mas sim esperar justiça limpa e verdadeira!Parabéns!

  4. Sinceramente, tirando uma ou outra manifestação mais irada, não vejo ódio em lugar nenhum. O que vejo é solidariedade e empatia com a dor da perda dos familiares daqueles jovens, e com a perda em si. Jovens ceifados do convívio dos seus de forma estúpida e abrupta. Ninguém quer reeditar o Código de Hamurabi com sua lei de Talião, apenas se quer justiça, e aqueles responsáveis devem ser condenados. Uns já foram pela sociedade e outros serão pelo judiciário.

  5. Fui militar por sete anos, e na época de formação tive um instrutor que referiu uma frase, e que, resume muita coisa neste inquérito, “O mal do serviço público é fazer a obrigação como se fosse favor”, quando quem tem a obrigação e a fé publica para fazê-lo e não o faz, sempre haverá consequências, o que neste caso se verifica é que são todos pessoas bem instruídas, com curso superior, inclusive na área jurídica, são poucos ou nenhum ingênuo envolvido, e alem de todos os fatos, é isso que aumenta ainda mais a indignação.
    Concordo que não adianta remoer ou levar para o campo político, mas como não o fazer se tem indiciados que é o que são, é o que fizeram a vida toda, suas possíveis falhas são no campo político!
    Quando o povo torna a votar em representantes que já tinha deixado em segundo, está assumindo em parte o risco do que eles vierem a fazer, quem contrata nossos representantes somos nós! Temos a memória muito curta sobre o passado dos nossos representantes!
    Quanto mais nós POVO tivermos condições de discernirmos melhor as nossas escolhas menos será o risco de ocorrer tragédias como a ocorrida.
    Alem de todas as perdas irreparáveis já ocorridas, agora vivenciaremos um período lastimável, de aproveitadores querendo se trampolinar politicamente encima da tragédia ocorrida! Muito cuidada é necessário para perceber quando ocorrer isso, pois a linha e muito tênue, e, nem sempre de princípio se percebera. O que desqualifica os futuros debates e estagnará a evolução política da nossa cidade, que já vinha em ritmo de desaceleração a bastante tempo.

  6. Parabéns Dr. Sergio Blates! Está na hora de construir um clima de desenvolvimento e de amor entre os santamarienses. Peço uma luz ao coração dos revoltados, para que enxerguem que podem estar servindo apenas como massa de manobra dos tubarões que anseiam tão somente uma derrota política do adversário. Ta na hora de ultrapassar a dor de cutuvelo adquirida nas eleições anteriores e tocar a vida pra frente. Será que ninguém percebeu que movimentando tanta energia negativa, é o negativismo que nos resta? Todos saem perdendo com tanto ódio e rancor (as primeiras perdas são a visão e racionalidade)! Hj vejo as pessoas se organizando pro um fora Schirmer: qual o cabimento disso? Aonde se quer chegar? Se resta claro no inquerito que o prefeito não fora indiciado e sim apontado; Se resta claro que há uma grande discussão acerca da culpabilidade do prefeito, das tramitações e formalidades. Mesmo assim tem um grupo de pessoas tomadas pelo ódio e pelo rancor, advindo da política, que se acham no direito de antecipar uma sentença e condenar o seu lider máximo na municipalidade. A justiça que se faça por quem é competente à fazê-la! Vivemos em um estado democrático de direito e este deve ser respeitado! Enchamos o nosso coração de amor e deixemos todo esse ódio e inveja para trás! Sejamos coerentes!

  7. A campanha da próxoma eleição municipal mostrará o caráter de muitos políticos.
    Sabemos que haverá uso da tragédia de todos os lados. Prevejo decepção…e confirmação de falta de caráter, mas a Kiss não poderá ser esquecida. Será muito difìcil citá-la sem parecer oportunismo.

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