Infra-estrutura. Piratini diz que precisa duplicar rodovias. Como? Prorrogando concessões
A governadora Yeda Crusius já disse, com todas as letras. Seus secretários mais próximos, a começar pelo de Infra-Estrutura e Lojística, Daniel Andrade, também. Mas isso era falado antes e continuou sendo durante a atuação da CPI dos Pedágios, que terminou terça-feira. O que não era desejo, relembre-se, de parte dos deputados que pediram (e não levaram) para ampliar os trabalhos por parte dos que têm muitas dúvidas acerca dos contratos de concessão das rodovias gaúchas – processo feito ao tempo em que Antônio Britto era governador, em 1997.
Mas, qual a saída preferida do governo? Que, aliás, diz ser a única possível, dada a penúria das finanças públicas. Sim, ela mesma, a prorrogação antecipada das concessões. As empresas que já as administram (e têm contrato até 2012) se responsabilizariam, em contrapartida, pela duplicação das estradas, uma óbvia necessidade para desafogar e melhorar a infra-estrutura do Estado. Ah, e levariam outros 15 anos para faturar. Até 2027, para ser preciso.
O problema é que falta confiança à população. Afinal, como acreditar em concessionárias que cobram R$ 5,50 ou mais por meia dúzia de quilômetros e simplesmente não oferecem estradas de qualidade mínima? E mais: quem não consegue manter o que temos, poderá melhorar e duplicar? E quanto custará isso ao usuário? Aumento ainda maior no pedágio? Hein?
Pois é. Em todo caso, Andrade faz uma romaria pelas entidades empresariais. Não fala sobre prorrogação. Mas coloca o problema na mesa. E, aí, a técnica já é conhecida e não raro funciona, virá a solução. Que será paga, alguém duvida?, pela população. Confira, a propósito, o que disse o secretário em encontro com empresários na Federação das Associações Comerciais do RS (Federasul), nesta quarta-feira, em material enviado aos veículos de comunicação, pela assessoria de imprensa do Governo do Estado. A seguir:
Transporte de carga por rodovias do RS chegará a 110 milhões de toneladas em 2010
Em palestra na Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), na noite dessa terça-feira (16), o secretário de Infra-Estrutura e Logística do Rio Grande do Sul, Daniel Andrade, mostrou a projeção de crescimento para 110 milhões de toneladas do transporte de carga por rodovias gaúchas, até 2010.
O número que era de 72 milhões de toneladas há dois anos e quase dobrará para 200 milhões em 2020. As estradas do Estado entrarão em colapso se nada for feito, alerta.
Para que sejam resolvidos gargalos, o secretário aponta a necessidade de duplicação de 656 quilômetros e de construção de terceiras e quartas faixas em mais 398 quilômetros, no total de 1.054 quilômetros de melhorias.
Além disso, a malha rodoviária gaúcha precisa da implantação de ruas laterais, viadutos, interseções, passarelas e pavimentação de 950 quilômetros de acessos municipais.
Entre os sete maiores estados brasileiros, o Rio Grande do Sul tem a menor quantidade de estradas duplicadas. São apenas 370 quilômetros, equivalentes a 2,5% do total da rede rodoviária gaúcha.
SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui, se desejar, outras informações oriundas da assessoria de imprensa do Palácio Piratini.
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