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A marcha perigosa do Governo Eduardo Leite – por Giuseppe Riesgo

Nessa semana, usando do disposto constitucional que lhe garante a palavra junto ao Parlamento gaúcho, o Governador Eduardo Leite entregou a sua mensagem anual com os resultados alcançados e os objetivos do Poder Executivo para o ano de 2021. Munido de bons resultados fiscais, o governador listou os próximos enfrentamentos no combate à perseverante crise que o Rio Grande do Sul vivencia e, de certa forma, sinalizou com uma nova proposta que aumenta impostos para além de 2021 –, o que é muito preocupante.

Desde o começo da minha atuação na Assembleia Legislativa tenho, reiteradamente, apontado que o caminho para a saída da crise fiscal passa por uma profunda e corajosa reforma nas despesas públicas do Estado. Após um ano sem qualquer medida efetiva de austeridade parece que, finalmente, o governo retomará o caminho através da reforma da previdência dos militares, da privatização da CEEE e da PEC do teto de gastos que, aliás, passamos o 2020 inteiro cobrando do atual governo.

Sempre buscamos atuar com independência e coerência ao longo desses dois anos no Legislativo Estadual. Se o caminho escolhido pelo atual governo for de combate aos privilégios, redução das despesas, reforma da máquina pública e de avanço nas privatizações, terá na Bancada do Partido NOVO um eloquente aliado. No entanto, se a marcha escolhida for pelo ajuste fiscal através do aumento das receitas encontrará, dessa mesma bancada, uma firme e contundente oposição.

Não há caminhos alternativos para a crise fiscal que atravessamos. O governador precisar efetivamente dialogar. Vir ao Parlamento para ouvir e não apenas impor suas pautas. A relação entre Executivo e Legislativo por um bom tempo foi de imensa subserviência deste último perante o primeiro. Só que isso acabou. Para cada ideia que não corte na própria carne, nossa oposição. Para cada proposta que não encare os privilégios da máquina pública, outra oposição. Para cada reforma tributária que não enfrente as despesas do Estado e a nossa inchada folha salarial, mais oposição.

O NOVO não reformulou suas posições. Tampouco, reformulei as minhas. O que eu defendo segue a mesma concepção de sempre: antes de falarmos em aumento de impostos, que esgotemos todas as alternativas possíveis. É isso que a população gaúcha espera dos nossos governantes. É esse tipo de governo que o nosso povo merece. Sem malabarismos, governador. Sem dissimulações, ilusões, facetas. Dialogue com coragem e transparência. Não disfarce aumentos de impostos. Proponha algo que efetivamente alivie o lombo do gaúcho do fardo de tantos impostos. Essa deveria ser a luta de um governo que se diz moderno e inovador. A mensagem do governador preocupa. Nós seguiremos vigilantes e combativos a todo e qualquer tipo de audácia decorrente daqueles que – por falta de convicção ou covardia –, insistem em mais impostos sobre todos nós.

*Giuseppe Riesgo é deputado estadual e cumpre seu primeiro mandato pelo partido Novo. Ele escreve no Site todas as quintas-feiras.

Crédito da foto (no destaque, Eduardo Leite): Foto Joel Vargas / Agência ALRS.

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