KISS. Delegados defendem, ao depor em Brasília, conteúdo do inquérito. E admitem novos envolvidos
Convocados pela comissão externa da Câmara dos Deputados, que acompanha as investigações a propósito da tragédia de 27 de janeiro e que deverá propor mudanças capazes de unificar minimamente a legislação nacional preventiva de incêndios, estiveram em Brasília, nesta quinta-feira, os delegados Marcelo Arigony e Sandro Meinerz.
Coordenadores do inquérito policial que apurou causas e responsabilidades pela tragédia, os delegados reafirmaram o conteúdo do trabalho, apenas parcialmente aceito pelo Ministério Público. Mais: reafirmaram suas posições em relação a agentes públicos apontados, inclusive o prefeito Cezar Schirmer.
Mais que isso, porém, a principal novidade no depoimento de Arigony e Meiners pode ser a afirmação em torno da possibilidade de, com a chegada de mais informações, inclusive as decorrentes de quebra de sigilos bancário, telefônico e fiscal, novos envolvimentos serem provados.
Sobre o que falaram os policiais, uma interessante reportagem foi produzida e distribuída pela Agência Brasil. O texto é de Mariana Tokarnia. A foto é de Fabrício Carbonel, da assessoria de imprensa do deputado Paulo Pimenta, coordenador da comissão da Câmara. Acompanhe:
“Delegados dizem que podem surgir novas informações e envolvidos no incêndio da Boate Kiss
Novas informações e novos envolvidos no incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria (RS) ainda poderão surgir, segundo os delegados da Polícia Civil Marcelo Mendes Arigony e Sandro Luís Meinerz. No início e no curso das investigações, foi solicitada a quebra de sigilo, tanto bancária quando telefônica, fiscal, entre outras, de possíveis envolvidos no incêndio. Os delegados não revelam os nomes das pessoas.
Os dados solicitados ainda não foram todos entregues, abrindo margem para que surjam novas ligações entre as pessoas e novos envolvidos. “De todas as solicitações que fizemos, apenas uma foi atendida até agora. Esses dados podem nos dar novas informações”, diz Sandro Luís Meinerz.
Em audiência pública na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (3), os delegados disseram que fizeram o possível para finalizar o inquérito em 55 dias, já com o prazo estourado. “Temos legislação processual que devemos respeito, chegamos a um ponto em que extrapolamos todos esses prazos e tivemos que mandar o inquérito. Tanto a sociedade, quanto o Ministério Público queriam conclusões. Tivemos pressão de tempo, da sociedade e processual. ”, disse Marcelo Mendes Arigony.
Ao todo, foram indicadas 36 pessoas envolvidas no caso pela polícia, das quais 28 foram apontadas com alguma responsabilidade. Ontem (terça) o Ministério Público (MP) do Rio Grande do Sul acusou formalmente oito pessoas.
“Estamos em situação diametralmente oposta. Podemos dizer que o MP não acatou nossos indiciamentos. Não voltaríamos atrás em nada, faríamos da mesma maneira”, disse Arigony. Meinerz acrescentou que “todas as pessoas que conseguimos, por meio de ações e omissões, vinculação com a Kiss, apontamos isso”.
Meinerz comentou o arquivamento dos inquéritos do secretário municipal do Meio Ambiente , Luiz Alberto Carvalho Junior; do chefe do Setor de Cadastro da Secretaria Municipal de Finanças, Marcus Vinícius Bittencourt Biermann e do gerente da boate, Ricardo de Castro Pasche. Sobre o primeiro, disse: “com ação desse agente, a casa poderia ter sido fechada, ele teve conhecimento da situação irregular da boate. De certa forma, essa omissão colaborou com os fatos”.
A mesma afirmação foi feita em relação ao prefeito da cidade, Cezar Schirmer. “Encontramos documentos que provam que ele também teve acesso à situação irregular do estabelecimento e não tomou nenhuma providência…”
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