OBSERVATÓRIO. A eutanásia na CPI da Kiss
Não custa rememorar. A oposição articulava uma Comissão Parlamentar de Inquérito. Objetivo: investigar possíveis falhas, no âmbito do Poder Executivo, que teriam levado à tragédia de 27 de janeiro.
O governo, Palacete da SUCV incluído, sentiu o cheiro e desconfiou que a culpa (administrativa) acabaria no seu colo. Decidiu antecipar-se. Em jogada política legítima (ainda que muito discutível eticamente, para dizer o mínimo) criou ele mesmo uma CPI para chamar de sua.
O roteiro, em fato determinado bastante amplo, era simples: deixar o tempo correr, sem maiores sobressaltos, aprovar o relatório na CPI e no plenário e dar a história por encerrada. De preferência, em tempo recorde.
Pooois é. Ia tudo muito bem, até que o que a oposição não conseguia, a Associação dos Familiares das Vítimas obteve: um discurso eficiente, ao afirmar que “sentia cheiro de impunidade”. Isso, somado aos nomes sugeridos pela bancada “do outro lado”, e que incluíam figuras potencialmente complicadas para o governo, levou à sugestão de parar com os depoimentos.
Por um mês. Justamente aquele em que os edis estarão discutindo a reforma administrativa. Isto é: em linguagem metafórica, eutanásia. Desligar os aparelhos. E esperar o paciente (a CPI) morrer.
A decisão só foi revertida (foi, mesmo?) depois do bafafá criado em torno do assunto. Poois é. Ah, e funcionaria? É possível. Mas a um caro custo. Maior até do que a manobra que levou ao nascimento da Comissão. E é bom não duvidar disso.
Estamos fazendo uma colagem de todas noticias ligadas a esta CPI e no futuro enviaremos para os descendentes dos envolvidos. filhos e netos deles, para que saibam em que sujeira seus pais, avós estiveram metidos… os ANAIS da câmara ficaram manchados por esta CPI faz de conta.