OBSERVATÓRIO. O prefeito Cezar Schirmer ganhou uma grande chance. Resta ver se saberá aproveitá-la

Apoio externo, controle da CPI e questão jurídica adiada. Agora é com ele

Pelo menos três fatos corroboram a tese da coluna e impõem um desafio a Cezar Schirmer, o prefeito reeleito com grande aprovação e que, com apenas três meses do segundo mandato, acabou sucumbindo depois da tragédia de 27 de janeiro.

1) Tem recebido importantes apoios de lideranças de vários setores, com e sem cargos nas entidades de representação. Em reunião recente, extra-agenda inclusive, foram-lhe até entregues dados que ele próprio desconhecia, acerca de investimentos públicos e privados em desenvolvimento ou por acontecer na cidade.

2) No front político, não há do que se queixar. A maior das dificuldades, a CPI da Kiss, está mais que controlada pelo prefeito, desde a origem. Mesmo que o custo de imagem possa se tornar relevante no futuro, a intervenção direta no processo, lá no começo, garante a tranquilidade de hoje.

3) A principal preocupação, o embate jurídico, se encontra momentaneamente afastada. Apontado no inquérito policial, há razoáveis chances de ver-se alvo de processo por improbidade. Nada indica, porém, que isso se dê nos próximos meses. E, mesmo ocorrendo, a lentidão do Judiciário oferece tranquilidade. E nem precisava ter feito aquele horroroso discurso (quem terá sido o “amigo” que o deixou usar a expressão “aberração”?), deve estar convencido agora.

Assim, é mais que hora de o prefeito sair a campo. Há muito o que fazer, inclusive para que possa colocar em prática o que propôs na campanha eleitoral. Resumindo: após uma série de contratempos, para ser leve, Schirmer ganhou uma chance. Resta ver se saberá aproveitá-la.