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A UFSM e a formação política – por Luiz Carlos Nascimento da Rosa

Sei que a verdade é difícil/e para alguns é cara e escura./Mas não se chega a verdade/pela mentira, nem a democracia/pela ditadura./Affonso Romano de Sant’Anna

 

Estamos vivendo um momento histórico importantíssimo no contexto da Universidade Federal de Santa Maria. Processos de escolha de gestores públicos e agentes políticos estão se espraiando em vários Centros de Ensino, de forma particular e, na UFSM de maneira geral.

Estamos escolhendo vários Coordenadores de Curso, o Centro de Educação, o Centro de Ciências Sociais e Humanas vão escolher seus dirigentes e estaremos, também, elegendo o Magnífico Reitor e Vice-Reitor, para administrar, criar políticas públicas que qualifique cada vez mais a ação de nossa Universidade, e nos represente politicamente por quatro anos, na comunidade interna, local, nacional e internacional.

Como Educadores que trabalhamos no contexto da Formação de professores ficamos perplexos e muito preocupados quando ouvimos da boca de alguns colegas que estávamos querendo politizar o processo de escolha da Coordenação do Curso de Pedagogia diurno e que, além disso, teríamos como pretensão a politização do processo de formação dos acadêmicos do curso de Pedagogia. Duas questões nos surgem: é possível existir profissionais de nível superior que acreditem em processos de escolhas de Gestores Públicos que não sejam balizados por escolhas ideológicas e opções políticas? É possível pensar que existam Pesquisadores e Professores que acreditam na neutralidade axiológica da Ciência?

Como usamos a Teoria Política para a análise dos fenômenos sociais, diríamos que quem defende a neutralidade dos processos de escolhas de Gestores públicos e a neutralidade axiológica da Ciência está, de fato, fazendo uma escolha ideológica conservadora e uma opção política reacionária.

A formação profissional tendo por base uma opção filosófica e política são fundamentais para que o futuro trabalhador entenda seu mundo de trabalho e sua inserção no contexto geral das práticas sociais. A formação política é uma necessidade histórica para que o ser humano consiga decodificar o modus operandis da sociedade onde vive.

A ideologia da neutralidade serve muito bem para todos os processos de exploração e exclusão do sistema do Capital e a reprodução de sua sociedade formada por seres humanos, hegemonicamente, egoístas.

O Pensador italiano Antonio Gramsci afirmava que a neutralidade da política e a neutralidade axiológica da Ciência são fundamentais para a reprodução da vida egoísta do sistema do capital, pois forma seres humanos para serem governados e outros para governar; forma homo sapiens e homo faber.

Para humanizar essa sociedade egoísta vamos ideologizar e politizar todos os processos de escolha no contexto da UFSM. Para Aristóteles, a política é maior de todas as Ciências, pois é ela que determina o que todas as outras vão fazer.

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