PREFEITURA. PP e PMDB, casamento em crise. O concurso “vapt-vupt” é só a bronca mais recente

As aparências enganam. O dito é, mais até que nas nossas relações pessoais, muito apropriado nas relações políticas. Nunca acredite no que dizem os militantes (graduados, especialmente), quando o assunto são os adversários e companheiros. Pode ser até verdade, mas um pezinho atrás não faz mal – muito pelo contrário.
Ao fato. O vice-prefeito (e secretário de Saúde) José Farret, perguntado pela rádio Imembuí, na sexta-feira, salvo engano pelo colega Vicente Bisogno, jurou que são boas as relações pessoais dele com o prefeito Cezar Schirmer. E é verdade. E as políticas? Também, disse o veterano líder (e maior figura) do Partido Progressista. É? Não, não é. Mas ele jamais afirmaria isso publicamente, e talvez nem fora dos microfones.
A verdade, porém, é que há problemas na relação entre o PMDB e o PP. Que não impedem a continuidade do segundo no governo, do qual inclusive está impedido de sair, pois Farret é eleito e não pode ser simplesmente descartado. E também porque há 40 cargos ocupados neste momento – algo que não pode ser esquecido “no mais”. E também porque ao PP é muito conveniente. Mas daí a dizer que está tudo bem, é um engodo.
Já escrevi, teeempos atrás, ainda antes da posse da dobradinha Schirmer/Farret, que o grande desafio do prefeito seria administrar três candidaturas competitivas no pleito do próximo ano. E as três estão solidamente alojadas na administração. São elas as do próprio José Farret (PP), de Tubias Calil (PMDB) e Jorge Pozzobom (PSDB). Os dois primeiros postulam vaga na Assembléia Legislativa; o terceiro insiste na idéia de ir para a Câmara dos Deputados.
Há sólidos indícios (e o PP, segundo fontes que ouvi neste domingo, acreditam piamente nisso), de que Schirmer está fazendo o possível para dificultar a vida de Farret. E, em contrapartida, facilitando o máximo a situação de Calil – donatário de todos os projetos positivos que digam respeito ao distinto público, especialmente o mais pobre, exatamente o “povo de Farret”. Ao vice, sobram os problemas, a começar pelos da saúde pública. De lambada, Pozzobom é beneficiário, ainda que um batalhão de peemedebistas (Osmar Terra, o mais querido, mas também Alceu Moreira, Luiz Fernando Záchia e Darcísio Perondi) vem aí beber na fonte de votos santa-marienses para a Câmara.
Aí é que entra o episódio do concurso vapt-vupt (leia nota imediatamente anterior, logo abaixo). Ninguém tira da cabeça dos progressistas, como pude conferir ainda na semana passada, que, noves fora questões jurídicas que podem acabar com a festa, os únicos a sair bem da parada, no próximo ano, são exatamente Tubias Calil e Jorge Pozzobom. O que serve apenas para ampliar a fogueira em que começa a ceder a aliança tácita de PP com PMDB.
O que vai acontecer a partir daqui? Ninguém espere que o PP deixe os cargos em que está acomodado (até quer mais, aliás). Mas também seria prudente ao prefeito prestar atenção no comportamento real dos seus apoiadores. E não apenas nas palavras ditas ao microfone. Afinal, as aparências, como se sabe, enganam. Especialmente na política.
como dizia o eslogam de campanha“pra fazer mais pra fazer direito agora é schirmer e farret´´, pena que só o que se está vendo é disputa para o pleito de 2010, e a cidade, bem a cidade vai sofrer por mais 3 anos e pouco mas passa há se passa.
Olá, Claudemir. Parabéns pelo seu novo layout de site. Ficou muito bom. Ótimo trabalho de qualidade, como sempre, a respeito do campo político do Coração do Rio Grande. Cleuber