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EM PRIMEIRA MÃO. Leia o texto de apresentação do livro “A outra face da Operação Rodin”, de Paulo Sarkis

Livro de Sarkis, muito provavelmente, provocará agitação das grandes, no meio educacional
Livro de Sarkis, muito provavelmente, provocará agitação das grandes, no meio educacional

O lançamento do livro se dará na próxima terça, às 5 e meia da tarde, no Salão Cultural da APUSM, na avenida Dores 791. O editor teve acesso à apresentação, redigida pelo próprio Paulo Sarkis, ex-reitor (por dois mandatos) da UFSM e um dos mais ilustres réus no processo que corre na Justiça Federal e está à espera de julgamento.

Este sítio, obviamente, não faz qualquer consideração de mérito. Inclusive porque se trata de caso em andamento. No entanto, como sempre se mostrou desde o início da famosa Operação Rodin, aqui todos podem usufruir do espaço, que é pra lá de democrático.

Agora, com vocês, o texto:

“Em dezembro de 2005 conclui meu segundo mandato como Reitor da Universidade Federal de Santa Maria.

Sucedeu-me no cargo, o professor Clóvis Lima acompanhado de seu vice reitor, professor Felipe Muller.

Nos primeiros meses de 2007, dois jovens procuradores do Ministério Público Federal, lotados em Santa Maria, ex-alunos da Universidade Federal, iniciaram uma investigação que seria ingloriamente batizada com o nome do grande escultor francês Auguste Rodin.

Precedendo essa investigação, duas realidades diferentes dominavam as atividades dessas duas instituições. No Ministério Público Federal, sob a influência e chefia de fato do procurador Rafael Miron, a necessidade de mostrar serviço para os superiores e para a imprensa era a tônica dominante. (…)

Na Universidade, por sua vez, a ausência de liderança e de planejamento estratégico da nova reitoria produzia ações erráticas e desastrosas para a imagem da UFSM. (…)

Pois bem, foi dentro desses ambientes negativos que se deu a aproximação dos dois grupos: de um lado os desejos de projeção da dupla que atuava no MPF, e, de outro, um grupo encabeçado pelo reitor e seu vice necessitando de um milagre (nada santo) para evitar o desastre dos seus planos de continuidade no cargo.

O resultado dessa promiscuidade institucional se daria em outubro e novembro de 2007 com a deflagração das ações midiáticas da tal “operação Rodin”.

Foi dessa forma que, ao final de 2007, meu nome foi noticiado como se envolvido estivesse em fatos ilícitos, pretensamente ocorridos durante e após meus dois mandatos como Reitor da UFSM. 

Depois de estudar, cuidadosamente, quase 150.000 páginas do processo principal e dezenas de milhares de outras em processos acessórios, à procura dos (des)caminhos que teriam levado os dois jovens agentes do MPF local a proceder dessa forma, sou obrigado a partilhar com a sociedade uma gravíssima preocupação: a facilidade com que denunciantes anônimos, ou escondidos pelo próprio MPF, podem “fazer a cabeça” de jovens procuradores ansiosos por projeção na mídia, na carreira e na sociedade! 

Não há sustentação em fatos ou documentos para qualquer das acusações que o MPF disparou contra mim. Nenhuma testemunha arrolada pelo próprio MPF confirmou qualquer corrupção ativa ou passiva, ou oferecimento neste sentido. Muito menos os 53 locupletamentos! Os depoimentos das testemunhas, inclusive as arroladas pela acusação, confirmam minhas declarações na CPI da Assembléia Legislativa gaúcha, na Polícia Federal, e em juízo, demonstrando, cabalmente, a licitude de todas as minhas ações e atitudes. Quando depus na Assembleia Legislativa já havia manifestado a minha desconfiança, que mais tarde, quando tive tempo de analisar o processo, seria transformada em certeza, em relação às verdadeiras intenções e objetivos dos jovens procuradores e da associação com setores da Universidade. (…)

Ao ignorar as lições da história e se deixarem levar por sentimentos mesquinhos de vaidade e prepotência, os jovens procuradores do MPF e a dupla da reitoria da UFSM patrocinaram a encenação de uma grande farsa para a sociedade manipulando ou promiscuindo órgãos da imprensa nessa empreitada. Toda a sociedade gaúcha perdeu nessa farsa. O Governo do Estado passou a gastar mais e acumular encargos, que pesarão fortemente nas finanças, a curto e longo prazo, para realizar diretamente os serviços que contratava, inicialmente com a Fundação Carlos Chagas de São Paulo e posteriormente com as Fundações FATEC e FUNDAE de Santa Maria. Os contribuintes passaram a pagar mais pelos serviços prestados pelo DETRAN-RS para cobrir o rombo dos custos dos exames de habilitação para condução de veículos. Os exames perderam em qualidade e presteza o que significa mais custos indiretos para a população. A FUNDAE e seus programas assistenciais perderam suas receitas. Só saíram vitoriosos em toda essa farsa, os pavões que assumiram a reitoria da Universidade e o tal denunciante escondido do MPF. Esse certamente deve ter sido aquinhoado com algum cargo na UFSM como premiação.

Os fatos que vou expor, por óbvio, não têm a pretensão de ser uma defesa técnica nos processos formais. Essa está a cargo dos advogados que conhecem os detalhes dos procedimentos que devem ser seguidos.

Sobre as acusações que o MPF elencou na sua denúncia contra a minha pessoa, repito o que sempre disse: trata-se de uma muito bem articulada fantasia, sem qualquer sustentação fática, testemunhal ou documental.

O que eu vou expor e apresentar são documentos e fatos (a maioria deles extraídos destes processos judiciais, frutos dessa articulação maldosa), que desnudam o jogo de cena então armado. São fatos que foram omitidos do conhecimento da sociedade. Uma grande parcela da comunidade local e estadual, ao ler os episódios que compuseram o processo e a interpretação ridícula dada pela investigação e pela acusação, certamente terá o seu senso de humor momentaneamente aflorado por se identificarem como protagonistas ou conhecerem a verdade dos fatos. Mas na realidade eles desnudam um dos momentos mais vergonhosos da história da cidade e do estado. Sem sombra de dúvida, o mais vergonhoso da história da Universidade.

Assim, o que eu vou apresentar é a outra face da “Operação Rodin”.

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6 Comentários

  1. Concordo com o sr.Ildo.
    Está claro que este livro tem finalidade política de desgastar o atual reitor.
    Talvez seja porque a UFSM esteja mais pública e não privada que antes. Talvez, porque aquele grupo de professores que atuava via fatec, esteja fora e que os recursos financeiros fiquem na instituição.
    Além disto, estou um pouco confuso, pois aquelas gravações da PF fez ninguém assume. As vozes devem ser do além.
    Será que a PF está gravando vozes do mundo espiritual?

  2. Sempre houve o aproveitamento da coisa publica,inclusive para chegarem lá,onde o atual reitor foi vice e se beneficiou TAMBEM,ora ,pensam que somos trouxas,TODOS não merecem dirigir nossa UFSM.

  3. Na campanha anterior, tentaram empastelar tudo com jornais de conteúdo eticamente duvidoso. Esse ano, a oposição melhorou um pouquinho e resolveu lançar em formato livro.

  4. Não consegui terminar de ler o texto, mas nas primeiras palavras, vi muitas inverdades….os fatos não são estes, sabemos que durante estas duas gestões citas houve muito aproveitamento da coisa publica…..bem, tem quem sabe muito mais que eu……

  5. Bom, nao existe hora errada para se defender ou mostrar atitudes duvidosas.
    O Reitor criou uma candidatura paralela, que nao pode ataca-lo, que ele nao pode atacar, pois eram parceiros.
    Dias antes os consultorios da Odonto foram interditados, por falta de condiçoes que seriam responsabilidade da reitoria, mas que o diretor de centro assumiu e colocou a cara e solucionou.
    A disputa pela reitoria da UFSM tem coisas de qualquer disputa eleitoral.

  6. Na minha opinião Sarkis escolhe um momento complicado para lançar seu livro, me parece que há claramente um forte desejo de vingança, está bem nítida a intenção em desgastar o atual Reitor que disputa o processo eleitoral na UFSM.

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