Eleições 2006. Guerra Urbana na mira, também, dos candidatos à Presidência da República
Chega a ser trágico, ou cômico, dependendo do ponto de vista. Há muuuitos anos, o tráfico de droga mata dezenas de pessoas por mês no Rio de Janeiro. Outro dia mesmo, você leu aqui, chegavam a 15 mortos em apenas alguns dias de guerra entre facções, no Morro do Vidigal, na capital carioca.
Pois bem, ao que tudo indica, o hábito fez com que a população já considerasse normal essa situação que é tudo, menos algo a ser entendido como corriqueiro. No entanto, bastou que o Primeiro Comando da Capital, que muitos supunham extinto (as autoridades paulistas haviam anunciado isso) desde o meio dos anos 90, e a organização faz uma grande baderna, bagunçando a cabeça, e principalmente o cotidiano, do cidadão de São Paulo.
Os ataques contra alvos paisanos ou fardados, públicos ou privados, na semana do Dia das Mães, em maio; na metade de julho; e agora, no início de agosto, tiveram repercussões imediatas. Nesse caso, as mortes, os atentados e os prejuízos materiais, físicos e emocionais que geraram. E a preocupação (leia notas anteriores) com o Dia dos Pais.
Mas, para além disso, também provocaram reações mediatas. Ou, vá lá, de longo prazo. Tanto que a insegurança passou a ser mote de campanha dos candidatos a Presidente da República e, mais fortemente talvez que em pleitos anteriores, o tema está firma nos ainda desconhecidos programas de governo.
É isso, especificamente, de que trata reportagem assinada por Moisés Mendes, o texto mais brilhante (penso eu, a todo risco) do jornalismo diário gaúcho, em Zero Hora deste domingo. Afinal, o que pretendem Lula, Alckmin e companhia, nesse setor tão sensível? Leia você mesmo:
Os alvos dos candidatos
O confronto político sobre causas e formas de repressão ao terror disseminado em São Paulo pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) é a face visível da disputa eleitoral. Encobertos pela troca de acusações entre os candidatos à Presidência da República, os programas de governo têm muito mais pontos em comum do que diferenças. Também o diagnóstico feito pelos coordenadores de projetos para a área da segurança dos candidatos dos quatro maiores partidos é convergente: as prisões são o ninho de reprodução da criminalidade, e não só em São Paulo.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSDB), Heloísa Helena (P-Sol) e Cristovam Buarque (PDT) se desentendem quando falam das ações do PCC. Alckmin se queixa da falta de verbas federais para a segurança. Lula critica a administração do setor pelo governo paulista. Heloísa e Cristovam acusam a União de omissão.
Se os quatro fossem divulgar o que de fato dizem seus programas e conversassem com os coordenadores desses projetos para a segurança, não teriam muito do que discordar sobre causas e propostas.
Zero Hora teve acesso a textos de pré-programas, muitos dos quais em permanente atualização, e conversou com seus coordenadores. As frases que pontuam o diagnóstico da crise provocada pelo PCC se repetem quase no mesmo tom, sempre com ênfase (veja nos quadros). A situação de São Paulo seria apenas a mais dramática, mas não a única do país. O Brasil transformou os presídios em escolas dominadas pelas facções. A criminalidade – e não só a representada pelas ações orientadas de dentro das cadeias paulistas – é fomentada nas prisões, onde condenados de alta periculosidade convivem com autores de pequenos furtos.
Saem dos presídios de São Paulo as ordens para matar policiais e queimar ônibus nas ruas. Mas emergem também de cadeias de outras cidades ordens de seqüestros e assaltos.
Ex-ministro de FH sugere novas práticas de prevenção
As propostas para o enfrentamento desse cenário vão de soluções aparentemente simples, como a separação dos presos – determinada pela lei – e a construção de presídios menores, à concentração das políticas de segurança nas mãos do governo federal, como defendem Alckmin e Cristovam. Hoje, a segurança pública é atribuição dos Estados, com exceção das questões federais, como tráfico, contrabando e crimes contra a União. Quem aposta apenas no recurso a mais repressão para prevenir e combater o crime vai se frustrar ao ler as propostas.
– Deve haver uma ruptura nas práticas de prevenção que procuravam evitar a delinqüência apenas com a eficácia da Justiça Criminal e da política policial repressiva – diz o general reformado Alberto Cardoso, coordenador da equipe que elabora
SE DESEJAR ler a íntegra da reportagem, pode fazê-lo acessando a página do jornal na internet, no endereço www.clicrbs.com.br/jornais/zerohora/
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