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HOSPITAL. Investimento de R$ 140 milhões, da Unifra, só saí, mesmo, se mudar Lei Orgânica de Santa Maria

O total do investimento é portentoso. Só perde, em vulto, para a travessia urbana. São R$ 140 milhões, a ser bancados pelo Centro Universitário Franciscano/Unifra, para a construção do hospital que servirá de escola para os alunos da área de saúde, inclusive do curso de Medicina, a ser criado.

Mas há um porém. E não é qualquer porém. Quem trata disso, em material exclusivo, é o jornal A Razão, em sua edição desta quarta-feira. A reportagem é de Marcos Fonseca, com foto de Rafael Dias. Acompanhe a seguir, na íntegra:

Área do futuro hospital de ensino já foi cercada com tapumes à espera da liberação das obras
Área do futuro hospital já foi cercada com tapumes à espera da liberação das obras

Legislação terá de ser alterada para permitir obra de novo hospital

O hospital de R$ 140 milhões que o Centro Universitário Franciscano (Unifra) pretende construir em Santa Maria terá de transpor barreiras legais para virar realidade. Conforme a atual Lei Orgânica do município, por ser residencial, o Bairro Nossa Senhora de Lourdes não comportaria um investimento de alto impacto como esse, principalmente sobre o meio ambiente. Uma saída seria alterar a legislação, o que é permitido nesses casos. A medida, no entanto, poderá adiar o início da obra.

A ampla área onde o estabelecimento será erguido, nos fundos do Hospital São Francisco de Assis, também de propriedade da Unifra, fica em uma área de conservação natural. Próximo, há o Parque Palotino e um curso d’água. Nesses casos, o uso do solo deve ser menos intensivo. As ruas estreitas do bairro também podem ser um entrave, pois dificultariam o acesso ao hospital.

As conclusões são do Fórum Técnico do Escritório da Cidade, que está analisando o anteprojeto do hospital. A diretora de Planejamento do Escritório, Sheila Comiran, afirma que ainda não há parecer técnico sobre o investimento. A conclusão do Fórum Técnico deverá ser definida em 15 dias. Contudo, o parecer deverá ser contra a obra nas atuais circunstâncias.

“Pelo zoneamento do município, ali é a zona 17, ou seja, uma área de conservação natural. Só pode receber atividade de menor porte. Tem um arroio ali, e o uso do solo deve ser menos intensivo e com menos impacto”, adianta a diretora.

No entender dos técnicos, um hospital é um investimento de alto impacto. Conforme a legislação, apenas prédios de até dois andares podem ser construídos naquela região. O prédio do hospital terá oito andares (dois deles subterrâneos, para estacionamento). Além disso, estão previstos um auditório para 1,5 mil pessoas e salas para abrigar 10 cursos da área da saúde. Cerca de 2 mil pessoas deverão trabalhar no local. “Não se trata de permitir mais ou menos altura. A região é residencial, não foi projetada para receber um equipamento desse porte, apesar de haver uma BR (BR-158) perto”, explica Sheila.

O Fórum Técnico do Escritório da Cidade funciona como um órgão consultivo, sem poder de restringir investimentos. O grupo é formado por representantes de diferentes setores da comunidade, como associações comunitárias, empresários e instituições de ensino. Sheila Comiran pondera que o parecer do Fórum não significa que o hospital não poderá ser construído no Bairro Nossa Senhora de Lourdes. O órgão analisará a viabilidade desse investimento naquele ou em outro local do município. “O (hospital) é importante, mas tem de estar em local adequado”, diz.

Reitora diz que projeto foi feito após estudo técnico

A reitora da Unifra, irmã Iraní Rupolo, disse ontem que ainda não havia recebido informações sobre a tramitação do projeto do Hospital São Francisco no Escritório da Cidade. Ele afirmou que, sem o parecer técnico, não é possível avaliar o caso. Porém, garantiu que não houve qualquer descuido no planejamento da obra. “Há um estudo técnico com uma proposta. Não quer dizer que não sabíamos”, disse.

Irmã Iraní informou que aguardará o parecer do Escritório da Cidade, que é o órgão oficial para avaliar o projeto”, para estudar a situação. Se houver necessidade de alterar a Lei Orgânica, ela não vê problemas, mesmo que isso atrase o começo da obra, já que se trata de um processo longo. “Tempo nós temos”, garantiu.

A reitora acrescentou, ainda, que o atual Plano Diretor já cumpriu seu tempo útil, e há um novo a ser feito. “Aqui também vencemos barreiras”, lembrou, referindo-se aos investimentos na ampliação da Unifra, hoje a maior instituição privada de ensino superior de Santa Maria.

Com relação ao prazo para construção do novo hospital, irmã Iraní disse que depende apenas da liberação do projeto para que comece. “É um projeto de médio prazo”. No local, deverão ser construídos laboratórios e ambientes para as aulas práticas dos cursos da área da saúde oferecidos pela Unifra, como Odontologia, Terapia Ocupacional, Farmácia e Odontologia. Não há prazo para ser concluído.

Ensino prático – O estabelecimento de saúde funcionará como hospital de ensino, e servirá também para as aulas práticas do futuro curso de Medicina, com 60 vagas. O pedido para implantação do curso já foi feito ao Ministério da Educação, e aguarda autorização para começar a ser oferecido.

Parte dos 360 leitos do Hospital São Francisco será usada para atendimentos via Sistema Único de Saúde (SUS). “É um projeto alinhado às políticas públicas de saúde”, afirmou a reitora da Unifra.”

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