Por que escolhemos Santa Maria? – por Vitor Hugo do Amaral Ferreira

Já tem algum tempo que tenho feito eco ao texto de Brecht em que diz: o pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, a criança abandonado, e o pior de todos os bandidos, o corrupto.

A contemporaneidade nos tornou ativistas virtuais, mas confesso, as grande revoluções não se deram por pessoas sentadas em frente aos seus computadores. Na maioria das vezes, não precisamos de um crítico. Não há mérito no crítico, aquele que aponta o homem forte que fraqueja, ou onde poderíamos ter feito melhor.

O crédito pertence ao homem que se encontra na arena, com a cara suja de poeira, suor e, por vezes, sangue. Em sua maioria, salvo exceções, o Estado, se perdeu em seus poderes: o judiciário se ausenta, o executivo se corrompe, e o legislativo é inerte. Assim, o Estado faliu!

Também lembro de uma máxima: faça o que você pode, com o que você tem, no lugar onde você está! Santa Maria, infelizmente, entrou na história recente. O que vamos fazer de Santa Maria a partir de agora depende de cada um de nós, podemos ser o que sempre fomos, ou ser referência ao mundo.

Se os olhares estão pra nós, façamos deste momento espaço de uma grande resposta. E esta, por sua vez, começa a partir das perguntas, das dúvidas que cabem a cada um de nós. A grandeza está nas nossas atitudes.

Por que escolhemos Santa Maria? Já tem um tempo que vivemos em lamúria por que Santa Maria perde suas genialidades para o resto do país, do mundo. Ao perguntarmos por que as pessoas vão embora, esquecemos de valorizar os que aqui estão. Gostaria que vocês se perguntassem por que estão aqui? Por que ficamos em Santa Maria? Estas são as nossas pessoas que precisamos ouvir.

Vitor Hugo do Amaral Ferreira

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