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Silêncio – por Alice Elaine Teixeira de Oliveira

Ele não sabia como começar. Não tinha ideia de como faria sua explicação. Ficara em silêncio por um tempo demasiado longo para seus amigos. Um período de pura introspeção. Queriam motivos, queriam saber os porquês. Mas, para ele não havia o que dizer, mais uma vez…

Em sua mente, fervilhante, assuntos não faltavam, porém, não tinha vontade de dividir conversa fiada ou temas existenciais. Sentia-se cansado demais para explanar sobre qualquer coisa. Até mesmo suas respostas tornaram-se monossilábicas e apenas acenos.

Deixou de sentir necessidade de ouvir sua própria voz, cansou-se dela. Fez dos seus olhos e ouvidos suas maiores ferramentas no dia-a-dia. Até mesmo o papel e a tela do computador tornaram-se mudos durante aquele tempo. Nada saíra de dentro de si, de maneira alguma.

Tudo que ele queria era estar com ele mesmo, numa solidão autista. Queria encontrar a paz que havia perdido em algum canto remoto de seu ser. Precisava varrer pensamentos, espanar emoções, roçar as ervas daninhas do íntimo. Desejava renovar seu espírito, não permitir que as rotinas e trivialidades do cotidiano envelhecessem sua pessoa.

Haviam, também, muitas decisões sérias para se tomar com muitíssimo pouco tempo. Ir, ficar, fazer diferente, fazer novamente, criar e recriar ambientes, tudo girava dentro de sua cabeça como um carrossel de possibilidades infinitas e que deveria findar.

Mas, os amigos continuavam a chamar-lhe de fora de seu mundo conturbado e cada vez mais calado. Os ecos que retumbavam a sua volta guiaram-no para fora de seu interior abismal e como uma criança que segue a voz de seu pai, ele saiu daquele labirinto de solitude.

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