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O gigante acordou – por Daniel Arruda Coronel

Vários teóricos das Ciências Sociais seguidamente criticavam a passividade ou a cordialidade do povo brasileiro em aceitar determinados atos tais como uso do poder público em benefício próprio, desvio de recursos e dilapidação do patrimônio público, dentre outros malfeitos com o erário público.

Não obstante a isso, o aumento de R$ 0,20 centavos na tarifa de transportes públicos, em São Paulo, provocou uma das maiores ondas de protestos da história republicana deste país; contudo a grande questão por trás disso é por que só agora e por apenas R$ 0,20 centavos a população saiu às ruas.

Uma análise de cunho social e antropológica, pormenorizada que seja, mostra que o aumento das tarifas foi apenas a ponta do iceberg, ou seja, somado a isso, aglutinaram-se vários sentimentos de revolta contra o mau uso do dinheiro público, a impunidade, o descomprometimento de vários governantes com o bem-estar da população, o caótico sistema de saúde brasileiro, as péssimas condições de logística e transporte do país, os elevados impostos. Além desses, destaca-se  especialmente uma praga que vem desde a colonização, chamada Patrimonialismo, o qual foi discutido por vários teóricos das Ciências Sociais,  como Manoel Bomfim  e Raimundo Faoro, ou seja, a tênue divisão que separa o que é público do que é privado e que corrobora para que governantes utilizem o bem público como uma extensão de sua casa.

Talvez , com estas manifestações, muitas das demandas do povo brasileiro não sejam atendidas, contudo o seu mérito  está em mostrar aos governantes que a paciência e a conivência da população estão chegando ao  fim e que o povo quer respostas urgentes para o transporte, a educação, a moradia e a transparência com os recursos públicos e ainda que o Brasil não é um feudo de grupos políticos que decidem ao seu belo prazer os rumos econômicos e sociais da nação os  quais a sociedade tenha que aceitar passivamente.

Enfim, o mês de junho de 2013 jamais será esquecido, pois foi um baluarte em defesa da ética, da moralidade e  do erário público. Embora nestas manifestações possam estar envolvidos oportunistas e grupos que de fato não querem um país melhor e para isso utilizam-se  delas para provocar o caos e a desordem, a grande maioria dos manifestantes são homens e mulheres pacíficos que querem e lutam arduamente por um país mais digno, fraterno, soberano e que consiga se livrar das chagas e amarras que impedem o seu desenvolvimento econômico, político e social.

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