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Pode não ser ela – por Bianca Zasso

Quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração? Não gosto nem um pouco da banda Legião Urbana, mas não posso negar que essa frase é uma das mais verdadeiras da nossa música. O amor não tem hora para chegar. Essa eterna surpresa faz dele um dos temas mais interessantes do cinema. E um filme que fala com propriedade sobre o amor quanto 500 dias com ela.

O diretor Marc Webb fez sua estreia no cinema com um romance inteligente, após anos de sucesso realizando videoclipes cheios de personalidade. Esse clima permeia todos os momentos de 500 dias com ela, que chega a ter sequências que lembram os antigos musicais hollywoodianos. A história de Summer, vivida pela doce Zooey Deschanel, e Tom, um inspirado Joseph Gordon-Levitt, começa como muitas por aí: uma garota e um garoto se encontram, se apaixonam, vêem passarinhos verdes, trocam beijos, carinhos, segredos e canções. Até que um dia ele perde a graça para ela. E ela não sai da cabeça dele.

Webb optou por contar as desventuras do casal de forma não-cronológica, talvez para tentar captar o modo como nossa emoção lida com as lembranças. Alternando momentos de sedução e felicidade com outros de total deprê, 500 dias com ela é elegante, real e com diálogos espertos, bem ao gosto do nosso tempo, com piadas ácidas e referências pop, que torna o romance de Summer e Tom ainda mais divertido. Ah, e também ajuda a amenizar um pouco o fora. Isso mesmo, um romance com um fora. Daqueles no melhor estilo curto e grosso: “Não quero mais, tchau”.

O que na mão de um diretor barato em busca de lágrimas seria um drama sobre um garoto que chora a falta da suposta garota de sua vida, aos cuidados de Webb torna-se uma produção que toca  num assunto que nos persegue desde que o mundo é mundo: o engano amoroso. Não é de hoje que o homem ou a mulher de nossas vidas torna-se alguém comum, mais um na multidão.  Adeus brilho no olho, bye bye madrugadas insones regadas à vinho e sonoros “eu te amo”. A gente sofre um bocado, mas a vida não acaba. Logo nossos sorrisos ganham um novo motivo para existirem.

500 dias com ela tem classe, realismo e ainda nos dá uma lição. Não uma lição do tipo sermão, emocionalmente correta, mas uma lição delicada, como um conselho de amigo sincero. Como disse lá no início do texto, o amor não tem hora para chegar. Nem para partir. Nem por isso, devemos parar de acreditar nele. Seja na tela ou na vida.

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