SECRETARIADO. Schirmer deixa intermediários fora e trata diretamente dos convites. E os partidos? Pffff…
Bueno, seria o normal. Isto é, intermediários sondam os nomes do interesse de quem nomeia. Se a resposta for positiva, o convite é feito. Afinal, não fica bem receber uma negativa. Aqui, enquanto o prefeito Cezar Schirmer estava na Europa, tal qual técnico de futebol, indicou os nomes e os “headhunters” foram à luta, para “contratar os jogadores”.
Pelo menos três nomes, inclusive integrantes de governos passados e participantes de entidades empresariais, foram procurados. Em comitiva, inclusive. Até agora não se sabe, porque não ficou muito claro, se o que faziam era convite ou mera consulta ou alguma coisa entre uma e outra. Mas houve. Sem conclusão. Até porque, os procurados não são exatamente do tipo que decide desse jeito assim, digamos, meio amador na política.
Como se sabe, no mínimo até o momento em que esta nota é redigida, não deu certo. Então, o prefeito decidiu ele próprio ir à luta. Chegou ao conhecimento do editor de que pelo menos quatro foram procurados. Curiosamente, nenhum político militante. O que indica, mais uma vez, que tudo está saindo da cabeça do prefeito. E nada de influência de partidos – mesmo daqueles que lhe dão respaldo parlamentar.
É uma tentativa, que fica bastante clara, de desvincular o governo passado deste, oferecendo uma marca apartidária à administração que, aliás, terá menos de três anos e meio. E, se possível, passar um borrão no que foi feito e partir para o novo. Vai funcionar? Não se sabe. Mas, de pronto, há dúvida e certeza. Uma cada.
Na conta da desconfiança está a imprevisibilidade do “sim” dos convites eventualmente feitos. Aceitarão ou não essa missão para a qual são convidados? Um fator positivo, ninguém duvida, foi a posição do Ministério Público – que, ao isentar completamente Schirmer por qualquer responsabilidade pela tragédia de 27 de janeiro, ofereceu tranquilidade jurídica ao prefeito. E a quem aceitar uma vaga no secretariado.
Já a certeza é mais fácil de detectar e é de natureza política: os partidos aliados, com a exceção possível do PMDB e do PP, queeeem sabe o PDT, não foram ouvidos para absolutamente nada. E, portanto, a menos que recebam boa recompensa (entenda-se, por isso, cargos importantes, embora não de primeiro escalão) podem se achar no direito de criar problemas para o governo, na Câmara. A conferir.
Tenho minhas desconfianças que é melhor o Prefeito centralizar as escolhas e mandar os partidos às favas, do que esperar por indicação técnica de uma ou outra sigla partidária. Não precisa ser um grande entendedor de política para concluir que o caminho agora é nomear uma excelente equipe técnica às secretarias e deixar o joguete de vaidades e politicagem a quem vive dele. Esta talvez seja a única ressurreição possível do Prefeito Schirmer, por que ele já teve provas da canalhice de uns, e vem outros por aí.
Se esse prefeito fosse esperto, mandava esses partidos andarem. Percebeu que com eles é só tiro no pé. Monta um secretáriado com força, só com renomes e toca a ficha. Ele já perdeu o que tinha que perder, agora tem que correr atrás, e logo.