ELEIÇÕES. Bisogno fala como candidato e pensa no nome do vice – que pode ser hoje alheio a partidos

A primeira e necessária observação: aparentemente, o pedetismo de Santa Maria saiu da ressaca pós-recusa de Fabiano Pereira, que optou por continuar no PT, depois de, segundo fontes do próprio PDT, ter garantido a adesão à sigla fundada pelo falecido Doutor Leonel.

Na convenção da tarde passada, a que esteve o editor por pelo menos meia hora, foi visível o entusiasmo diante da candidatura própria, personificada em Marcelo Bisogno, o vereador campeão de votos no último pleito municipal. E foi inaudível o nome de Fabiano, ainda que vários de seus antigos aliados no petismo ali se encontravam. Um deles, inclusive, o suplente de vereador eleito pelo PT, Rogério Ferraz, procurava exorcizar seu antigo partido.

Dito isto, ao que interessa. Isto é, qual será o comportamento do PDT a partir de agora, com a confirmação de que vai de Bisogno para a Prefeitura, num comportamento absolutamente diverso dos últimos pleitos, em que foi coadjuvante de outras agremiações?

Há, de um lado, uma questão, digamos, administrativa. O presidente reeleito (como você pode conferir na nota  PUBLICADA no final da tarde da domingueira), Miguel Angelo Passini, informou ao editor já ter sido formada uma comissão para tratar exclusivamente da nominata para a Câmara de Vereadores. Seus integrantes – Elisandro Roath, Selvino Cogo, Luiz Carlos Druzian e Julio Bittencourt – vão “afinar” a listagem inicial de 46 nomes. Pelo menos 31 devem concorrer, adiantou Passini.

Também entra nessa área a nomeação de um Conselho Político, deu conta o presidente reeleito. O grupo terá 10 integrantes e se encarregará da elaboração do Programa de Governo para a comuna, a ser defendido pelo PDT e Marcelo Bisogno, na disputa de 2016. Um trabalho que começa imediatamente, por sinal.

De outro lado, existe um componente político importante a ser levado em conta pelo PDT. Trata-se, na avaliação de Passini, de um partido que se coloca como de “centro esquerda”. E o que isso significa, objetivamente? Talvez, e essa é uma dedução claudemiriana, se afine com o que diz Bisogno. Ao editor ele não afiançou a ideia de que as alianças a ser buscadas serão apenas com partidos que hoje estão no governo municipal.

Alias, a condição de governista não é, nem poderia, negada. Mas são 17 partidos nessa condição, resume Passini. Bisogno não avança muito nessa questão. Nem poderia, convenhamos. O que ele não nega; aliás, enfatiza, é que o PDT está em busca de um  nome extrapartidário para ser o vice. Nome? Nem pensar. Mas as características colocadas desde muito tempo, e não na tarde passada, apontam para um empresário. Quem? Ninguém fala, ninguém diz. Mas, qualquer hora se descobre.

O fundamental, neste momento, para a análise é que fica absolutamente claro que o PDT aposta todas as suas fichas na disputa de 2016. E acredita firmemente que seu candidato, Marcelo Bisogno, estará num segundo turno, uma possibilidade concreta diante do fato de Santa Maria ter mais de 200 mil eleitores.

Os próximos meses vão confirmar ou desmentir essa estratégia. No entanto, é óbvio que, hoje, ela está calcada em Bisogno. Que vai conduzir o processo, junto com a Executiva. O resto… é o resto.