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Esta mídia… Você já sabia que o leite aquele nããão tinha soda cáustica? Nem água oxigenada?

Pois é… Pois é… Canso de escrever aqui que a mídia grandona (e a que se acha) e também a outra, menorzinha, adora um escândalo. Derruba reputações, faz julgamentos e até prende, se for o caso. Mas reconhecer o prejuízo causado é ooooutra história. Normalmente, só bem mais tarde, sentindo no bolso, quando o Judiciário é invocado, é que se dará conta.

 

Mas aí, bem, aí a moral do ofendido já foi pro beleléu e ele não consegue emprego nem para sobreviver – se não tiver um estrado bom para garantir o tempo até qu vença as ações judiciais, como aconteceu com o ex-secretário de Justiça do Rio Grande, José Paulo Bisol. Este goza de excelente situação financeira, ainda melhorada pelo troco que ganhou da mídia que processo.

 

Pois agora tem essa história do leite longa-vida. Isso ainda vai dar prejuízo para muito veículo de comunicação. Que fez aquele estardalhaço todo, lembra?, e agora, quando a história virou, simplesmente escondeu a notícia.

 

Quer saber mais detalhes? Vale a pena ler, a respeito, a saborosíssima coluna “Circo da Notícia”, assinada pelo experiente Carlos Brickmann, no site especializado Observatório da Imprensa. É muito divertido: exceto, claro, se você for fabricante de leite longa vida. Confira:

 

“REINO DAS COINCIDÊNCIAS – O leite era mesmo leite. Quem paga o prejuízo?

Lembra do leite longa-vida com soda cáustica? Pois bem: o laudo do Instituto Nacional de Criminalística mostra que o leite não tinha soda cáustica. Lembra do leite longa-vida com água oxigenada? Pois bem: o laudo do Instituto Nacional de Criminalística mostra que o leite não tinha água oxigenada. A notícia foi publicada pela imprensa com muita, muita discrição. E muita gente nem percebeu.

O leite não era dos melhores, claro. Quem quer leite bom de verdade compra leite fresco. Talvez possa usar leite em pó de boa marca, dissolvido em água devidamente tratada e filtrada. Leite que vive fora da geladeira sempre tem conservantes. Mas não era nada que fizesse mal à saúde.

Mas, se o leite longa-vida era exatamente o que prometia, ser um leite longa-vida, qual o motivo do escândalo? Talvez a explicação esteja numa curiosa coincidência de datas. Uma das empresas mais atingidas pelo escândalo foi a Parmalat, hoje pertencente a um fundo de investimentos, o LAEP. E o noticiário explodiu bem quando a LAEP preparava a oferta pública de ações (IPO) da Parmalat, na Bolsa de Valores de São Paulo. O pessoal da empresa estava em road-show no exterior, preparando o lançamento, e teve de voltar rapidamente ao Brasil, para enfrentar o terremoto.

Vale matéria, caros colegas. Este colunista aprendeu desde cedo a desconfiar de coincidências. E ainda se lembra com clareza da época em que a água Lindóia foi massacrada pela imprensa, por conter uma bactéria nociva. Depois que uma empresa concorrente lançou sua água em copos descartáveis, a bactéria nociva desapareceu da imprensa. Teria sido coincidência, também?

Linha do tempo

Mais coincidências, vejam só: de repente, aparece uma reportagem de divulgação científica sobre como é perigosa uma doença que existe há muito tempo e não parecia tão perigosa assim. Aí, uns dois ou três meses depois, aparece um remédio excelente, ultramoderno, caríssimo, para acabar com a maldita. A imprensa noticia a gravidade da moléstia, publica a boa notícia de que finalmente há um tratamento para ela e os laboratórios ganham sempre…”

 

SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui a íntegra da coluna “Circo da Notícia”, de Carlos Brickmann, no Observatório da Imprensa.

 

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