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MÍDIA. A editora da Veja está nas últimas? Bem, há quem imagine que sim, embora a ex-revista sobreviva

A Editora Abril, que publica um punhado de títulos reconhecidos, como Veja, Exame e Quatro Rodas, por exemplo, anunciou uma reformulação no seu negócio, nesta semana. Mais de 150 foram para o olho da rua, inclusive alguns graúdos. Vários títulos pararam de circular (foram “descontinuados”, na expressão utilizada), inclusive revistas como a Brabo, um “cult” da área cultural.

Mas, até onde vai isso? Há quem diga que é terminal. Tanto que a empresa já começa a se reposicionar, atuando fortemente na área de Educação. Onde terá, estima-se, o mesmo problema de hoje: credibilidade.

Bueno, não é obviamente obrigado a concordar, mas Paulo Nogueira faz uma interessante análise desse momento de um dos principais grupos de comunicação do país. Vale a pena ler, a seguir:

A agonia da Abril

A comunidade jornalística está em estado de choque pela carnificina editorial ocorrida na Editora Abril. Mas eis uma agonia anunciada. Revistas – a mídia que fez a grandeza da Abril – estão tecnicamente mortas, assassinadas pela internet. Os leitores somem em alta velocidade. Quando você vê alguém lendo revistas (ou jornal) num bar ou restaurante, repare na idade.

Jovens estão com seus celulares ou tablets conectados no noticiário em tempo real. Perdidos os usuários, foi-se também a publicidade. Em países como Inglaterra e Estados Unidos, a mídia digital já deixou a mídia impressa muito para trás em faturamento publicitário. E no Brasil, ainda que numa velocidade menor, o quadro é exatamente o mesmo. Que anunciante quer vincular sua marca a um produto obsoleto, consumido por pessoas “maduras”.

Apenas para lembrar, no mundo das revistas, nunca, em lugar nenhum, funcionou  ublicitariamente revista para o público “maduro”. Sucessivas revistas para mulheres “de meia idade” em diversos países fracassaram à míngua de anúncios. O anunciante quer o jovem no auge do consumo. É um fato.

Crises as editoras de revistas enfrentaram muitas. Mas esta é diferente. Desta vez, o caso é terminal. Antes, e eu vivi várias crises em meus anos de Abril, você sabia que uma hora a borrasca ia passar. Agora, você olha para a frente e observa apenas o cemitério. Sobrarão, no futuro, algumas revistas – mas poucas, e de circulação restrita porque serão um hábito quase tão extravagante quanto se movimentar em carruagem.

Na agonia, o que companhias como a Abril farão é seguir a cartilha clássica: tentar extrair o máximo de leite da vaca destinada a morrer. Para isso, você enxuga as redações, corta os borderôs, piora o papel, diminui as páginas editoriais e, se possível, aumenta o preço. É uma lógica que vale mesmo para títulos como Veja e Exame, os mais fortes da Abril. Foi demitido, por exemplo, o correspondente da Veja em Nova York, André Petry.

Grandes revistas da Abril, como a Quatro Rodas, passaram agora a não ter mais diretor de redação.

Em breve deixará de fazer sentido uma empresa que encolhe ficar num prédio como o que a Abril ocupa na Marginal do Pinheiros, cujo aluguel é calculado entre 1 e 2 milhões de reais por mês.

É inevitável, neste processo, que a empresa perca o poder de atrair talentos. Quem quer trabalhar num ramo em extinção?

Os funcionários mais ousados tratarão de sair, em busca de carreiras em setores que florescem.

Ao contrário de crises anteriores para a mídia impressa, esta é, simplesmente, terminal.

Corre o boato de que a empresa será vendida. Mas quem compra uma editora de revistas a esta altura? Recentemente, no Reino Unido, correu o boato de que o proprietário dos títulos Evening Standard e Independent estaria vendendo seus jornais. Numa entrevista, isso lhe foi perguntado por um jornalista. “Mas quem está comprando jornais?”, devolveu ele…”

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5 Comentários

  1. Até o final da Década de 20 (século XX), na América do Norte, inauguraram-se centenas de emissoras de rádio, e decretou-se a morte da imprensa. Na década de 40/50 com o advento da televisão, decretou-se a morte do rádio, e novamente o fim da impressão… Quase cem anos se passaram e a imprensa está aí, o rádio fm & tv digitais também… Quantos já leram um chato ebook? Seo Claudemir, será que a Internet tem todo esse poder de fogo? No caso da Abril, ela paga as consequências de ter afrontado os atuais ocuPanTes do Planalto, cuja meta é ‘nivelar’ por baixo…

  2. Os melhores programas humorísticos só existem na internet.
    O problema não são as publicações, é a população ignorante. E os “democráticos” que querem escolher as leituras dos outros querem que permaneça assim. A única leitura que a massa pode ter é a cartilha de um partido. E podem se divertir vendo jogos da série C na televisão.

  3. No café do Calçadão a Veja é a preferida das axilas da galerinha que se divide entre a implantação da monarquia no Brazil e/ou do estado de exceção.

  4. O ruim é que bons títulos da editora dos Civita poderão acabar, como Aventuras na História, superinteressante, Playboy devem acabar….enquanto a famigerada revista Veja continuará.
    Sem falar que a MTV vai acabar em sinal aberto (ou seja, final do canal 21 aqui em Santa Maria, dia 30 de setembro), já que a concessão é da Abril e a MTV passará a ser somente da VIACOM e em canal fechado.

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