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Santa Maria com a faca e o queijo nas mãos! – por Luciana Manica

Não me venham os pessimistas de carteirinha reprimir ou desmerecer o orgulho de sermos lanterninhas quanto à regulamentação de Políticas Públicas de Incentivo ao Desenvolvimento Tecnológico e Inovação em relação à Capital do Estado.

Tampouco aceitaria críticas sobre o que será aqui abordado sob o argumento de se tratar de conduta com viés político (na pior acepção da palavra, ou seja, que visa aos governistas e não o bem do povo).

Também cansei de ouvir ou ler reportagens sobre a péssima situação de Santa Maria após a terrível fatalidade que assolou nossa cidade e dizimou famílias, deixando vítimas, feridas e mágoas para todo o sempre.

Venho trazer aqui e comunicar, por meio do uso do direito à informação, esperança, alegria, incentivo, oportunidade. Tentarei fazer com que aqueles, de uma forma ou de outra vinculados a Santa Maria, voltem a ter orgulho, respirem, lutem, criem, trazendo de volta a velha Santa Maria guerreira, berço de intelectuais e doutores.

Não devemos nos acanhar “à espera de um milagre”. Temos as ferramentas para, na impossibilidade de se transformar todo o país, ao menos colocar em destaque a nossa região. É sabido que o desenvolvimento de uma nação está, sem dúvida, vinculado aos investimentos aplicados em pesquisa e formação de recursos humanos.

Santa Maria neste contexto é fonte exportadora de capital intelectual. Cidade estrategicamente alocada, com diversas universidades, inclusive federal, minada de jovens em busca do saber. Tais características motivaram empresários a se unir e criar a Agência de Desenvolvimento de Santa Maria (ADESM) com o fito de aproximar universidade, empresa e Estado, configurando a soma de todas as forças na Tríplice Hélice.

A união desses três pilares por certo traz um diferencial a todos os envolvidos. Do que adianta ter dinheiro, sem capital intelectual? E o tal know-how (saber-fazer) sem o “faz-me rir”? Sem a verdinha, a ideia não sai sequer do papel! E o Estado, o que tem a ver com isso? O ente mor precisa de soluções para os seus problemas, os quais são das mais variadas searas: farmacêutica, alimentícia, de tecnologia da informação, de produção, etc.

Esse tipo de parceria é propício a dar certo porque um lado oferece algo que é imprescindível ao outro, envolvendo-os de uma forma tão sadia que só tende a levar ao crescimento se devidamente observadas as regras, projetos e anseios da tríplice.

Nesse mesmo contexto surgiu a Associação Parque Tecnológico de Santa Maria – Santa Maria Tecnoparque, associação de direito privado, sem fins lucrativos, que possui como membros natos o Município de Santa Maria, a UFSM, a UNIFRA, a ULBRA, a CACISM, a AJESM e o SEPRORGS (Sindicato das Empresas de Informática/RS). Conforme preconiza o modelo da Tríplice Hélice, visa buscar o desenvolvimento por meio do trabalho conjunto entre Poder Público, Universidades/Centros de Pesquisa e empresários/empresas.

Tem como principal objetivo alavancar o desenvolvimento tecnológico e estimular a inovação na Região Central do Estado do Rio Grande do Sul, como articulador para a transferência de conhecimento e tecnologia das Instituições de Ensino Superior para o setor produtivo.

A possibilidade de exploração dos diferentes potenciais de cada parte fez com que o Estado, empresários e universidades se unissem para ofertar a Santa Maria oportunidade única aos interessados. Os beneficiados se valerão de legislação especial, implementada para assegurar diversos direitos antes inexistentes, visando ao incentivo à inovação e à pesquisa científica e tecnológica e, por conseguinte, o crescimento da cidade.

Tais benefícios são concretizados por meio da possibilidade de redução da alíquota do ISSQN para 2% às empresas associadas ao Santa Maria Tecnoparque. Ou ainda, as empresas inovadoras santa-marienses de base tecnológica poderão ter isenção de inúmeras taxas, a saber: de licença para execução de obras; de vistoria ambiental; de IPTU; de ITBI, incidentes sobre a compra do imóvel pela empresa ou instituição, destinado a sua instalação. Sem falar no apoio na infraestrutura básica como: terraplenagem, rede elétrica, água ou poço artesiano, rede telefônica, pavimentação e outras benfeitorias que se fizerem necessárias; sem olvidar do repasse de valores para o pagamento de locação de área física destinada à instalação do empreendimento.

Neste aspecto, destaca-se a importância da cultura científica que vem sendo difundida e implementada em Santa Maria, priorizando o conhecimento científico como elemento propulsor de competitividade e geração de riqueza. O grau de desenvolvimento de um povo pode ser mensurado pelos investimentos efetuados em pesquisa e produção do conhecimento e a soberania de um país se constrói também pela sua independência tecnológica.

Daí extraímos que Santa Maria é exemplo de incentivo à inovação, tópico basilar para o crescimento. Ao fim e ao cabo, reclamamos da estagnação, mas temos tudo! “Estamos com a faca e o queijo nas mãos!”

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5 Comentários

  1. Muito bom o site do Claudemir. Deixou de ser apenas VANGUARDISTA de assuntos indispensáveis à vida, mas passa a ter uma “crítica” não pela crítica apenas, mas com análise alguns centímetros mais profundas que a mera questão jornalística/bombástica/inédita/sugestiva da imprensa “escandalosa!” (como diria o Papa Francisco). Passa a descrever os assuntos da cidade, como ocorre agora, como este texto da Mânica, com uma visão mais técnico-realística. O que é bom, e de fato, assim, é imparcial.
    Complementando a sugestão, acho que está na hora de acabar com estes comentaristas FAKES também né? Seriam pseudônimo de alguém relacionado ao site? Tomara que não, pois caso fosse, descredibilizaria muito a proposta do mesmo. Fica o registro. SANTA MARIA VIVE! Abraços!

  2. Olá Zureta, mas será que os “inimigos” do Rei se predispuseram a tentar se valer desses benefícios? Pelo que consta, todas as informações estão publicadas, à disposição daqueles que querem realmente desfrutar de tais benesses e ainda evoluir, contribuindo para o país, para a cidade e para si mesmos, como pessoas. VAMOS NOS ASSOCIAR E CRESCER EM CONJUNTO! SEM PARTIDO, SEM FILIAÇÃO, UNIÃO PURA, PARA O BEM DE TODOS! Abraços!

  3. Verdadeiro, o texto de Luciana Mânica. Bem elucidativo. Ela cita com muita firmeza e ênfase todos os recursos, entidades e siglas, sem falar nos executores dessa dinâmica toda que estão a postos e com amaior boa vontade e suas responsabilidades pelas instiruições. Sem dúvida, não precisamos dar voltas e voltas, sem chegar a lugar nenhum, destacando o sinistro que nos abalou sim e muito mais as familias que sofreram essa deletéria perda, mas que nos unamos todos, no sentido de vencermos falhas e dar continuidade ao crescimento e progresso de nossa cidade. Dissipando, mágoas, nuvens e sofrimentos em prol de soluções beneficentes que serão para o bem de todos. Precisamos, sim, desse olhar descrevendo todas as nossas coisas boas. Parabéns!!

  4. Existe um livro em que o personagem/título fazia o jogo do contente.
    O Tecnosinos tem a SAP, a Altus e a Bosch, entre outras. O Tecnopuc tem a Dell, Microsoft, Siemens e HP.
    Não é pessimismo. É simplesmente uma constatação dos fatos. Existem soluções aqui? Sim, Petrobrás financia pesquisas na cidade. Outras empresas também. Mas outros lugares tem soluções também e o Estado não tem recursos ilimitados. Defesa? Orçamento de defesa foi novamente contigenciado. Fartura de mão de obra? Recém-formados, na sua grande maioria, tem qualificação para entrar na base da cadeia alimentar de uma empresa e sair da teoria. Um diagnóstico simples: basta descobrir onde a maioria dos estudantes dos cursos ligados a tecnologia fazem estágio. Na capital os alunos fazem inúmeros estágios e isto faz diferença.
    O problema do marketing é a hora de entregar o produto. E a moda no Brasil é montanhas parindo ratos. Espero que o livro que contará a história não seja “na margem do arroio cadena eu sentei e chorei”.

  5. Tais organizações, como a ADESM e o Tecnoparque, seriam de grande valia, se não beneficiassem apenas os “amigos do Rei”.

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