ANÁLISE. Schirmer corre o risco de pagar um ‘mico’ histórico. E, com isso, atrasar ainda mais o governo

Até a tarde passada não havia uma solução para o impasse criado a partir da recusa, pelo menos por enquanto, do Sebrae de subsidiar a Prefeitura e bancar o excedente entre o salário de secretário e de servidor da organização, do gerente regional Jaques Jaeger – anunciado pelo prefeito Cezar Schirmer, com pompa e circunstância, como o novo titular da pasta de Desenvolvimento Urbano.

Vamos combinar que é bastante improvável que isso ocorra. Seria uma transgressão (não necessariamente ilegalidade, por favor), até onde se sabe sem antecedente, num dos integrantes do Sistema “S”. Afinal, o Sebrae não é exatamente uma organização privada, pois também recebe recursos públicos e, portanto, tem contas a prestar.

Mais ainda. Os casos de cessão de servidores são, sempre, por conta de quem os recebe. Assim é, para ficar em exemplos concretos, quando a Prefeitura cede servidores (e há casos concretos) para a Câmara dos Deputados, Assembleia Legislativa ou outras prefeituras. O vice-versa é verdadeiro: quando a Prefeitura recebe professores da UFSM para o secretariado, ela é que banca o salário do que chega.

É sabido, e a Prefeitura não nega isso, muito pelo contrário, que as contas da comuna estão bem na contabilidade. Mas não necessariamente no caixa. Isto é, faltam recursos. Tanto que várias ações deixaram de ser feitas ou foram reduzidas por conta dessa dificuldade, que se acredita seja algo momentâneo.

No entanto, e isso é apenas impressão claudemiriana, talvez o prefeito Cezar Schirmer tenha que fazer uma concessão ainda não acontecida desde seu primeiro mandato: bancar o salário de quem chega. Ou se sujeitará a um mico histórico. Qual? Ter que desconvidar um secretário que a comunidade supunha até já estar trabalhando e que, não fosse o repórter Deni Zolin, provavelmente ninguém SABERIA que sequer foi nomeado.

EM TEMPO: um outro caso pode criar constrangimentos ao prefeito. Pelo menos até ontem não estava nomeado oficialmente (ou não consta no Portal da Transparência) o também anunciado presidente do novo Instituto de Planejamento de Santa Maria, Carlos Alberto Robinson. O IPUSM até já mudou o nome fantasia (era Escritório da Cidade), mas não tem lei que o crie. O projeto ainda está sendo elaborado pela (por enquanto não finada) Secretaria de Planejamento Estratégico. Deve ir para a Câmara de Vereadores nos próximos dias. Deve.