O lançamento da revista que conta a história das “aventuras do indiozinho Bretã”, com ilustrações de Jo Xavier, uma iniciativa, entre outros, da Seção Sindical dos Docentes da UFSM, tem pelo menos um fato (não fossem outros, de resto importantes) inusitado, quando o assunto são os indígenas: a integração de todos os poderes, dos mais diversos níveis.
Isso também ajuda a explicar a emoção do ato ocorrido no final da tarde de onteontem, na aldeia kaingang próxima à Estação Rodoviária. Quem lá estava, e que confere esse caráter inédito, e o que foi dito e feito você confere no material especial produzido pela assessoria de imprensa da Sedufsm. A reportagem é de Fritz R. Nunes e Bruna Homrich – também autora de fotos, juntamente com Renato Seerig. Acompanhe:
“Ato histórico em aldeia fortalece laços com indígenas…
…O motivo de se reunirem professores universitários, sindicalistas, integrantes de movimentos sociais e mesmo alunos de uma escola infantil da UFSM era bem singelo. Lançar oficialmente uma revista, editada pela Sedufsm, que conta a história das aventuras de uma criança indígena em meio à cidade dos homens brancos. Mas, o ato acontecido na tarde desta quinta, 26, na aldeia Três Soitas, em Santa Maria, trouxe outros simbolismos. Um deles, de resistência, já que a área em que desejam permanecer os kaingang está em disputa e, possivelmente em outubro, tenha uma definição por parte da Justiça Federal.
E um outro sentido do ato, que contou com a presença de uma figura histórica, como Irmã Lourdes Dill, do projeto Esperança/Cooesperança, de representações da Secretaria Estadual de Educação (8ª CRE), e da Secretaria de Cultura (Prefeitura Municipal), foi de demonstrar que a integração cultural é possível, que os indígenas podem e devem ser respeitados pela ancestralidade que possuem nas terras desse país e, que, sobretudo, têm algo a dizer para a construção de um “outro mundo possível”.
Augusto Opê da Silva, 56 anos, também conhecido como Augusto Kaingang, importante liderança indígena da região sul, e que dá nome à Escola que funciona na aldeia, trouxe a mensagem mais dura e ao mesmo tempo mais tocante do ato. Se qualificando como um “sobrevivente do massacre feito no passado”, ele destacou que a revista que estava sendo lançada- ‘As aventuras do indiozinho Bretã’- “não é qualquer material”.
O líder indígena enfatizou que o material precisa ser distribuído nas escolas, pois a “história indígena não está nas escolas”. Para Augusto, as escolas e as universidades precisam se aproximar dos indígenas. E complementa: “a universidade carrega muitos conhecimentos, mas ela ainda não está pronta. Só vai estar pronta quando aprender a respeitar as diferenças, as diferentes culturas”.
Assim como outro grande líder, mas que era negro e viveu nos Estados Unidos, Augusto também diz ter um sonho. O sonho dele é que todos um dia se deem as mãos, sem olhar as diferenças, na construção de um mundo sem violência, sem injustiças. Que acabe a exploração a que são submetidos não apenas os índios, mas os negros, os sem-terra e todo o conjunto da classe trabalhadora…”
PARA LER A ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI.
Augusto Ope faz calar a muito Ph.Deus com mestrado em diversidades, doutorado em multiculturalidades, mas que passa décadas produzindo irrelevâncias sociais dentro da universidade.