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A letra provocativa – por Bianca Zasso

Política. Aí está um tema que divide opiniões, em especial entre o público mais jovem. Há os que amam o assunto, participam de movimentos, filiam-se a partidos e discutem o assunto, e há os que acham chato, besteira, um caso perdido dentro da sociedade. Mas quando a política invade a tela do cinema, as coisas mudam. Pelo menos quando quem comanda a produção conhece de perto as agruras de se viver numa época onde ter opinião colocava a vida das pessoas em risco.

O diretor grego Constantin Costa-Gavras virou um dos símbolos do cinema político após realizar o filme Z, em 1969. A trama se passa durante os tempos da ditadura grega, em meados da década de 60, período em que o país, que atualmente encontra-se em crise, viveu um dos períodos mais violentos de sua história.

Z narra a história de um investigador, interpretado por Jean-Louis Trinitignant, encarregado de investigar o assassinato de um político de esquerda. A morte, ocorrida de forma misteriosa, ocorre horas antes de um discurso contra o governo, em meio a uma confusão onde manifestantes, jornalistas, governantes e policiais se misturam. Ao começar sua investigação, o inspetor vai, aos poucos, descobrindo que os políticos da situação, aliados à polícia local, são capazes de tudo para encobrir o crime. Tudo mesmo.

Ao invés de dar foco para os motivos políticos que levaram ao assassinato ou julgar quem está certo ou quem está errado, Costa-Gavras dá ao longa um quê de filme de ação, com ótimas cenas de perseguição e se valendo de uma montagem ágil e criativa, algo que ele mantém até hoje, já que continua na ativa como cineasta do alto dos seus mais de 80 anos.

Z ganhou o prêmio do júri no Festival de Cannes e hoje encabeça várias listas de filmes sobre política e ditadura. Também pudera: poucos diretores têm a coragem de colocar homens fardados, com o peitos forrados de medalhas diante de um tribunal que os trata como cidadãos comuns, acusados de homicídio e outros crimes bárbaros. Como diz o letreiro no início do filme: “Qualquer semelhança com fatos, ou pessoas vivas ou mortas, não é casual, mas intencional”.

Pegue o DVD, aperte o play e prepare-se: o lado sujo do poder vai dominar a tela.

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